Já confesso que, de início,
quando encontrei essa Graphic Novel da MSP na banca de revistas, me impressionei
com a capa. Como eu estava por fora nesses últimos tempos (com a vida corrida
no trabalho, já fazia uma vida que eu não publicava nada...), eu nem tinha lido
sobre essa HQ. Na verdade, em dezembro, no anuncio da MSP sobre os projetos
para esse ano, eu já sabia que viria, mas não sabia quando.
Então, eis que,
buscando Homem-Aranha e Batman, me deparo com essa belezinha aqui abaixo:
Como eu não tinha visto
nenhum preview dessa história, fui
quase nocauteado pela beleza da capa. E, pela repaginação dos personagens da Turma
da Mata.
Cabe aqui uma breve
descrição pra quem possa não se lembrar: a Turma da Mata é uma turma “liderada”
pelo Elefante Mais Famoso do Brasil, como dizia um slogan de um molho de
tomate, o Jotalhão. Um simpático
elefante verde, extremamente da paz, junto com seus amigos: Coelho caolho e
seus 134 filhos, Raposo, Tarugo – um cágado, como ele mesmo já deixou claro! –,
Rita Najura, Rei Leonino e o sempre figura ministro Luis Caixeiro. Nas hq’s
comuns, esse pessoal vive sua rotina no distante reino da mata, enfrentando,
vez ou outra, um caçador meio perdido ou os mandos e desmandos do rei ou mesmo
encarando as tentativas de romance entre Rita Najura e Jotalhão.
E, dado esse contexto,
ao folhear a revista, vi que o grupo Roger Cruz, Davi Calil e Artur Fujita
(autores da HQ) havia feito um excelente trabalho! Isso porque,
admito, não tinha grandes expectativas com essa revista. Afinal, o que uma
turma tão ordeira poderia render em
uma Graphic Novel? E, lendo a história, percebi que os autores tinham me
derrubado de longe em meus
prognósticos. Isso só mostra o quanto o trabalho do Editor Sidnei Gusman e do
pessoal da MSP na escolha dos autores vem merecendo elogios...
Sem dar spoilers, mas falando de alguns
detalhes, transformaram uma turma pacata em uma situação de conflito e
superação, com ares de batalha de super-heróis e vilões, das mais
impressionantes dos últimos tempos. A começar pelo motivo da disputa (que pode
ser visto facilmente no dia a dia das nações e como a ganância transforma até
amigos em inimigos).
Uma menção a parte deve
ser feita a colorização dessa HQ! Sendo sincero, NUNCA reparei nessas coisas. Também
não conheço autores por nome (a não ser o Alan Moore, Neil Gaiman e o Todd
McFarlane) e nem desenhistas ou coloristas. Por isso mesmo, posso afirmar que
essa colorização te pega durante toda a HQ, em um trabalho belíssimo.
Voltando a história,
temos uma batalha muito bem construída entre a turma da mata e o Rei Leonino e seus soldados. E, na busca pela
solução dos conflitos, temos várias lutas, e personagens repaginados de tal
forma que chamam a atenção: O Coelho Caolho realmente é caolho (na hq em seu
formatinho, ele só usa óculos!) e invocado, o Raposo é o líder atual da
revolução, enquanto o Tarugo é o gênio cientifico (quase um Homem de Ferro!). Sem contar a Rita
Najura que ficou muito bem no papel de espiã...
Junte todos esses
ingredientes e você tem mais uma Graphic Novel da MSP executada com muito brilhantismo
e qualidade, que te prende na leitura do início ao fim. E, diferentemente de
outras publicações da MSP, essa não me prendeu pelo lado emotivo, mas pela
ação, o tempo todo. E, óbvio que não estou reclamando de histórias mais
emotivas, como as lindas Laços e Lições, dos irmãos
Caffagi, mas faz um tempo que eu esperava algo com mais ação, como foi a
primeira história do Astronauta, Magnetar.
Resumindo, acho que
vale DEMAIS a leitura de Turma da Mata: Muralha!
PS.: Para quem também é
tão desavisado quanto eu, fica ai a dica: em Novembro, teremos a GN “Louco”, de Rogério Coelho.