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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Tirando a poeira da estante - Marvels

Marvels, free as a bird (música na cabeça agora ON)

Senhores!

     Deixei juntar poeira de novo, porém em tempos de extrema falta de tempo como estou, atarefado até o pescoço faço o que toda pessoa sã faria: dar uma parada e escrever no blog que não é obrigação com a produtividade mas é com a minha sanidade.
    Volto aqui hoje com a prometida conversa sobre a obra intitulada "MARVELS", do fantástico trio: Kurt Busiek na bateria (brincadeira, no roteiro), Alex "the man" Ross no desenho e edição de Marcus McLaurin que deixa em cada pagina a certeza de ser uma equipe de extrema competência.
      Li tem tempo, um pouco após entrar na faculdade entre uma lapada ou outra dos estudos, porém a edição original é de 1994, dois anos antes da outra obra, esta mais conhecida de Ross: "Kingdom Come" pela DC, igualmente foda, porém essa fica para outra ocasião mas fica a promessa de entrar também na fila da sessão.
     Não preciso dizer da arte deste senhor, da qual sou fã já confesso nesta coluna e que novamente impressiona cada vez que abro as páginas de suas obras e vejo o realismo com que são retratados os heróis e seus colantes, dando ainda mais credibilidade a qualquer história por ele ilustrada.
     Roteiro também caprichado, Busiek nos traz uma história que se estende por várias décadas, acompanhando a trajetória de Phil Sheldon, um fotógrafo de Nova York que em início de carreira vê sua vida transformada com a aparição das "maravilhas", nome dado por ele mesmo aos superseres que são agora parte do seu cotidiano. A primeira maravilha que cruza o seu caminho é o "Tocha Humana", que para a minha surpresa em leitura inicial, nada tem a ver com a sua contraparte mais conhecida do Quarteto (uma pequena observação: Que filme lixo, putaqueopariu), e que na realidade é um andróide. Criado pelo cientista Phineas Horton, causa comoção e indignação quando mostrado à sociedade, trazendo de cara não emoção, insipiração e maravilhamento, mas sim medo de uma criatura que a mente humana ainda não conseguia, e por muito tempo ainda não conseguiria, compreender.

Tá errado esse negócio ae
     Ross sempre foi um artista ligado nos detalhes, e nos deixa em várias páginas alguns easter eggs divertidos, como por exemplo na imagem dos jornalistas acima a visão de um trio bem conhecido da DC Comics (passe o olho mais atentamente para ver Clark, Lois e Jimmy).
     O primeiro volume cobre uma parte da vida do Jovem Phil, deixando bem claro que será ele quem irá conduzir a história e que passaremos toda a jornada enxergando através de seu olho de fotógrafo. Sua vida entrelaçada com as maravilhas e feitos das caras mais conhecidas do mundo Marvel, sempre mostrando algo que não vemos nas grandes sagas já mostrados nos quadrinhos. Acredito ser esta visão que mexa mais com o leitor, quando entre enchentes e invasões alienígenas não vemos o herói que voa mostrando os seus poderes e tirando as pessoas de perto dos perigos, mas sim a do homem que está abaixo do céu, admirando e testemunhando batalhas das quais não poderá nunca fazer parte a não ser no papel de vítima. A grande inovação deste título, é fazer dos heróis antes protagonistas, agora coadjuvantes.
    Após a primeira aparição do Tocha Humana, vamos sendo apresentados aos vários heróis das eras antigas da Marvel, como Namor, Capitão América e amigos (alguns vingadores que se fossem mostrados aos jovens de hoje, acredito não conseguirem tanto reconhecimento), e em meio a aspirações de Phil de se tornar um fotógrafo de Guerra, vemos a sua relutância em deixar um local aonde tantas coisas incríveis acontecem. Tudo isso tem grande impacto em sua vida tanto pessoal como profissional, e não só para nosso protagonista mas também para todos a sua volta, como a namorada com quem pretende se casar, e o conflito de saber que sendo apenas um passageiro da história não poderá garantir a proteção de sua futura família.
Cria vergonha nessa sua cara, moleque..
     Os volumes se passam e Phil continua sua carreira como fotógrafo das Maravilhas, agora completamente embrenhadas na sociedade, prestando o serviço honroso de retratar os feitos dos Heróis, mas deixando sempre um olho atento às consequências das batalhas e catástrofes das quais participam. Em seu caminho vários personagens são mostrados, como o "bostinha" do Peter Parker (na minha edição, se me lembro bem era esse o adjetivo usado), Jonah J. Jameson, amigo próximo de Phil e retratado como o Barulhento editor, mas também como jornalista incansável e fiel aos princípios de verdade da profissão (a mesma visão dada em algumas edições pelos roteiristas do Demolidor), pelo menos em alguns momentos, visto que J.J. tem a visão oposta de Phil em relação as "maravilhas".
Os dois lados de uma mesma moeda
     Particularmente, uma parte que sempre me pega são suas interações com os mutantes, como sempre uma metáfora ao racismo, emulando na sociedade o medo inicial dos heróis juntamente com o preconceito, mas multiplicados pela perspectiva cruel e fatalista da substituição da Humanidade pela raça que alcançou o próximo estágio da evolução natural (ou nem tanto, já que são os "filhos do átomo"), que em verdade é visto e vivido por Phil tanto do lado dos mutantes quanto do lado da massa preconceituosa, talvez elucidando o leitor quanto a verdadeira função de um observador que é avaliar a história de ambos os pontos de vista. 
Os Marvetes tudo chora...
     Fãs do aranha, que aparece em alguns momentos, irão gostar da visão mais próxima de Gwen Stacy por Phil, que transparece a indignação talvez emprestada dos fãs direcionada ao evento de sua morte. Um pequeno adiantamento do futuro de Phil, pra quem quiser ler, aqui. Só pra constar mesmo, visto que eu particularmente acredito que em poucas ocasiões valha a pena liberar spoilers.
E assim se segue a história, também um apanhado de todos os eventos mais importantes do Universo Marvel (até a data), talvez uma celebração de tantos anos de bons contos de já sagrados personagens e visto como anda a industria de quadrinhos hoje, em meio a reboots a e guerras civis possa servir também como memorial de épocas em que a dita indústria maravilhava de formas mais simples e talvez até mais filosoficas, pois em meio as poucas procuras feitas por este que vos escreve de títulos semelhantes, não encontro mais obras deste calibre, ao menos pelas editoras que dominam o mercado (estou de olho em vocês, Marvel e Dc). Estando eu errado, lembro que a seção de comentários é sempre aberta e que estamos ávidos pelas palavras de retorno de nossos poucos porém (acredito eu) fiéis leitores.

Um pequeno anexo:
a arte de Ross com as referências que ele utiliza para os seus fantásticos quadrinhos, e aqui um pequeno apanhado dos artistas que usou já como referência:
Voando na mesinha de centro. Quem nunca?
Já dançou com o demônio sob a pálida luz do luar?

Fechamos então.

A vida chama, vamos embora que é segunda e o pão de cada dia não se ganha sozinho.

Uma semana curta e próspera para todos,
até a próxima, que espero ser breve


Pra quem quiser comprar:
Amazon (Malditos dólares)

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Notícia foda/bizarra do dia: Chewbacca preso ao fazer propaganda política para candidatura de Darth Vader para prefeitura de cidade da Ucrânia

Não, não é brincadeira

     Darth Vader está concorrendo a prefeito de Odessa, na Ucrânia. Um homem que adotou o pseudônimo do Lorde dos Sith está registrado como candidato as eleições da cidade. Seu cabo eleitoral (aparentemente depois de terem resolvido suas diferenças) é nada menos do que o Wookie Chewbacca, que foi preso ao exercer sua função. 
         Se Darth Vader vier ser candidato aqui, pode esperar o meu voto, porque as alternativas estão escassas (O camarada conseguiu fazer quase duas estrelas da morte em seu mandato intergalático, e você aí achando foda aquele politicozinho seu que mal tapou os buracos da rua em 4 anos).

Podem tirar a minha vida, mas jamais irão tirar a minha Liberdade de expressão!!!!!
Mais informações quentinhas na fonte. Voltamos agora a programação normal.

Fonte: bbc.uk

terça-feira, 20 de outubro de 2015

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Não leio só Gibi - The Martian


    Eis que em meio a alguns trailers me deparo com um interessante, o tal de "The Martian", com Matt Damon e dirigido pelo mothafocka Ridley Scott. Lembra de quando você estava no shopping, de mãos dadas com seus pais ou irmãos e de repente a mão se soltou, eles foram embora e você ficou ali parado, com cara de "fodeu", sem saber o que fazer? Substitua o shopping por Marte, seus irmãos por uma trilpulação e as pessoas por pedras e é mais ou menos disso que estamos falando. 
     Baseado na obra homônima de Andy Weir, o livro relata os dias de Mark Watney como astronauta deixado para trás no planeta, dado como morto após uma missão em Marte que tomou rumos inesperados. Cara de muito bom humor (que rende algumas situações em meio a um clima tenso de sobrevivência em um lugar inóspito tiradas magníficas, ao menos para a mente que controla o corpo que vos escreve este texto) resolve após a constatação de sua inevitável situação que deve sobreviver a todo custo, encarnando com todas as letras um McGuyver astronauta de primeira linha.

"I'm going to have to science the shit out of this."

     Não dá pra dizer muito além da sinopse sem que os malditos spoilers apareçam, mas o que se pode dizer é que a obra literária diverte bastante, além de ter seus ótimos momentos de tensão e humor, cálculos matemáticos e novas unidades de medidas (como a conversão de unidades de potência de nome ridiculamente extenso para ninja-piratas, elucidando o realismo do péssimo senso de humor dos engenheiros). Devo confessar em certo ponto que ri litros com o momento abaixo: SPOILER, selecione com o mouse para ler:

Quando a NASA descobre que o astronauta está vivo, antes que ele mesmo saiba, um psicólogo faz conjecturas sobre o seu estado mental e sobre os estresses e pensamentos sombrios que se passam em sua mente e somos brindados com a seguinte pérola da cabeça de Mark:
"Como o Aquaman consegue controlar Baleias!? 
Elas são Mamíferos. 
Isso não faz o menor Sentido!!!"

FIM DO SPOILER.
     Além de ser então um livro divertidíssimo, ao qual dediquei aproximadamente uma semana de leitura esparsa entre compromissos (acredito que leitores mais ávidos conseguirão terminar o livro em algumas horas), fica aquela sensação de querer mais. O autor escreve bem, sem muita enrolação além das óbvias explicações científicas que são necessárias a obras deste tipo mas que não cansam e com o bom humor do personagem são devidamente apreciadas como parte desta ótima história.
     Em alguns momentos confesso que entre uma espera e outra torci para que não chegasse a minha vez na fila só pra conseguir ler mais algumas páginas ¯\_(ツ)_/¯.

Imprima e cole em cima da sua mesa para melhor motivação.

     A novela em si foi publicada em capítulos no site do autor, de acordo com o próprio por ter sido recusado várias vezes a ter uma versão impressa por parte de editoras, porém com as facilidades permitidas hoje pela nossa fantástica rede de computadores e por requisição de seus fãs, criou uma versão digital na Amazon e a mesma vendeu e se espalhou mais do que pornografia no Whatsapp, chamando a atenção das mal fadadas Editoras e do Estúdio de cinema FOX. 
     Agora feche as cortinas da sua casa, sente no sofá, e coloque esse trailer em uma tela gigantesca pra tocar por pelo menos umas 5 vezes. Vale a pena:

Depois, faça o favor de comprar o livro.


Ficha Técnica:
Nome: The Martian
Autor: Andy Weir
Nota: 9.5/10 

(fiquei com vergonha de dar 10 porque sou um cara muito bonzinho)