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terça-feira, 5 de abril de 2016

Torcida Única é a solução (Ou... a solução covarde...)

E vamos continuar acabando com o futebol porque as autoridades SÃO INCAPAZES de cumprir seu papel. Nesse domingo, em uma briga a 33Km (!!) do estádio, morreu uma pessoa (que não era torcedor de nenhum dos dois times) vitima de uma bala perdida disparada por animais que se travestem de torcedores.
E aí, como solução mágica: clássicos de torcida única. A decisão mais burra e covarde de um governo incapaz de fazer cumprir a lei. Como não conseguem (por que não conseguem mesmo?) punir "o" bandido, punem a população. E assim vamos cerceando as liberdades, em nome de nossa própria incompetência, falta de justiça e sensação de impunidade corrente...
Somos tão incompetentes que um dos 27 torcedores corintianos (!!) envolvidos na briga, um deles esteve envolvido na Tragédia de Oruro (lembra?). Aquela do torcedor boliviano que foi assassinado em um estádio de futebol por um rojão! E, mais uma vez, impunidade a todos....

Essa semana, em Goiás, a maior discussão é sobre as semi-finais do campeonato estadual, onde devem encontrar-se Goiás e Vila, uma das maiores rivalidades no estádio. Qual o comentário dos torcedores? "Não vou, porque tem muita violência". "Não posso levar meu filho porque só tem marginal no estádio".
Na verdade, como falou o mestre PVC (http://pvc.blogosfera.uol.com.br/2016/04/04/voce-pode-pegar-o-metro-para-ir-ao-estadio-nao-pode-e-sair-de-casa/), ir ao estádio você pode. Lá, as torcidas já brigam menos porque sabem que seus clubes são punidos. O problema é o caminho até o estádio...
E, enquanto isso, vamos afastando o torcedor de bem do estádio. Porque não sabemos coibir o ato em si, ou mesmo de identificar os mesmos marginais que sempre causam o que causam e resolver o problema.

Em alguns países, as soluções foram implementadas com sucesso: as torcidas são obrigadas a registrar seus membros e entregar nome,e ndereço, tudo a polícia. E seus dirigentes também são responsabilizados pelo ato de seus "filiados". Seria uma boa, não? Mas fazer isso, aqui? Nããããããão... dá muito trabalho. Melhor dizer que vai apenas uma torcida ao estádio e deixar o "pau comer" do lado de fora... 
ou melhor. Que tal proibirmos TODO MUNDO de ir ao estádio? Vamos ver só pela TV. Não ficamos todos mais seguros assim? É como o projeto de lei em Goiânia que quer fechar os bares a meia noite, para diminuir a violência. Melhor não deixar abrir, não?

Seguem alguns links interessantes sobre a discussão:

segunda-feira, 14 de março de 2016

Tirando a poeira da estante - Daytripper: As várias mortes de uma vida

Senhores!

     De volta do abismo, estou aqui hoje para falar de uma obra relativamente recente e de qualidade excelente, de procedência nacional dos autores Fábio Moon e Gabriel Bá, "Daytripper". Tendo sofrido perdas recentes na família, acabei olhando de novo na minha estante para ver a dita obra, da qual me lembrei por ter relação com o tema (mania velha do autor deste texto, de repassar as obras já lidas em busca de um pouco de conforto para as situações da vida). Confesso que este texto está cozinhando nos rascunhos do nosso querido Blogger desde dezembro, mas como reitero aos senhores poeticamente todas as vezes em que costuro um texto: "TÁ FODA".
    A revista trata das desventuras de Brás de Oliva Domingos, filho de pai escritor e que luta nas trincheiras do jornalismo a batalha inglória de trabalhar os obituários do seu jornal empregador ao mesmo tempo em que é levado a (tentar) trilhar o caminho de sucesso do pai. Logo nas primeiras páginas somos introduzidos ao peculiar modelo da história, que de tempos em tempos "mata" o seu protagonista durantes os eventos trágicos que se apresentam, somente para nas próximas páginas retornarmos a sua história efetuando um desvio nos eventos de suas mortes, alterando no meio do caminho as decisões e eventos que o levaram embora em prol da continuidade desta grande história.
Infância
     O peso talvez filosófico deste conto é trazer ao leitor, sempre que o protagonista se vai uma pequena pergunta: e se? E se ele não tivesse se apaixonado, se ele não tivesse resolvido se mudar, se ele não tivesse aceitado aquele emprego. A vida é sempre uma sequência de fatos dos quais raramente temos controle, tal qual corredeira na qual descemos seguindo a força das águas que nos empurram, e o único controle que temos é um pequeno leme que nos proporciona uma mínima direção para que não quebremos nossa pequena embarcação, e o que nos é sugerido durante a leitura são as possibilidades oriundas destas pequenas escolhas, mostrando que pequenas correções de curso podem sim, fazer uma grande diferença (ou não).
Juventude
     Brás então segue sua vida, da infância como o "Milagrinho" de seus pais, para crescer e descobrir que o sangue de escritor corre na família, e que estará ao longo de seus anos de vida correndo sempre atrás do fantasma de seu pai, que mesmo quando já falecido sempre entra na história para lembra-lo de que as vidas que nos marcam sempre nos seguem após a morte. Tal conflito se segue, desde pequeno, quando o pai tão mergulhado em suas funções editoriais se faz ausente, passando pelas dores da adolescência e juventude tentando descobrir-se até a vida adulta.
Adultez
     Em tempo de sua própria viagem, Brás nos brinda com seus pensamentos finais, compondo um epitáfio de sonhador ao final da história para nos mostrar como as possíveis tragédias de sua vida culminam em um ser humano que viveu e sentiu e passou adiante seu legado.
Velhice
     Dos dois somente Bá já me era conhecido anteriormente de nome, quando dei uma lida rápida no impressionante "Umbrella Academy" (falaremos deste depois...), mas fiquei impressionado do Moon já ter feito um material, no caso uma HQ, relacionado ao EXCELENTE seriado "Firefly" (quem não tiver assistido, pode fazer um favor ao seu lado nerd e assistir, quem já viu vai saber do que estou falando), depois de Doctor Who, acho que deve ser um dos mais divertidos que já assisti nos últimos anos. Depois de reler esta obra, acho que vale uma pesquisa melhor sobre outros materiais destes autores, e fico aqui com a vontade de mandar aquele e-mail pro editor das Graphics MSP pra ver este traço na coleção, que já é um espetáculo, mas não custa sonhar (quer saber, vou lá depois de postar isso daqui mandar um twitter pro Sidão).
     Arte e roteiro de qualidade inegável, este é o tipo de revista que me deixa orgulhoso da nossa indústria nacional, e ter vontade de ver mais quadrinhos nacionais nas livrarias do nosso Brasil. Continuem assim, rapaziada, meus bolsos dizem não, mas meus lábios dizem sim!
Um último sonho
P.S.: A nós que ficamos e pensamos sempre na continuidade da vida após uma perda é quase inevitável a dita pergunta, a tão sonhada possibilidade da reparação da perda e a fatal porém confortante constatação de que a vida por si só, (independente da sua crença de criação) é um milagre, e que mesmo que acabe ou quando acabe é algo a ser celebrado e lembrado com o merecido carinho e respeito pela obra dos que não puderam mais estar conosco.

"Nenhum livro é completo sem o fim. E quando você chega lá... Somente quando lê as últimas palavras... é que você vê como o livro é bom."
Brás de Oliva Domingos, um sonhador.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Aos que passam e deixam suas lições

Umberto Eco
05/01/1932 - 19/02/2016
Não acredito ser necessário uma explicação sobre quem era, e muito menos sobre sua Obra, mas para os que conhecem e não o sabem ou para os que o sabem mas não o conhecem vou deixar aqui um pedaço das idéias deste Escritor (Maiúsculo mesmo, por ser dos bons), falecido na passada sexta em corpo porém imortal em palavras - Umberto Eco.
Entre besteiras, HQs e esportes vale sempre uma mensagem sincera para ressaltar o quão é importante esse hábito da leitura, e que ler é uma forma fantástica de entrar em contato com novos mundos, personagens, mas mais do que tudo de se conectar com o Autor, de estar na cabeça de outro e aprender com suas idéias e também a critica-las e saber que atravessando o texto encontramos a outra mente da qual estas são fruto, pois em parte a arte trata também do autor, não só das idéias.
Deixo aqui então alguns pensamentos de uma matéria que li, os quais achei interessantes compartilhar com nossos leitores. Para quem quiser mais, no fim do post a fonte, deixando bem claro que não é de autoria nossa e que todos os créditos vão ao original, ficando como nosso apenas a homenagem e a saudade que bons escritores deixam no coração dos leitores quando se vão, mas que pode sempre ser aliviada revisitando as (muitas) páginas do seu legado.

1. Sobre os livros
"Os livros não são feitos para alguém acredite neles, mas para serem submetidos à investigação. Quando consideramos um livro, não devemos perguntar o que diz, mas o que significa." - O Nome da Rosa

2. Sobre os pais
"Acredito que aquilo em que nos transformamos depende do que nossos pais nos ensinam em pequenos momentos, quando não estão tentando nos ensinar. Somos feitos de pequenos fragmentos de sabedoria." - O Pêdulo de Focault

3. Sobre Dios
"Quando os homens deixam de crer em Deus, não significa que não creem em nada: creem em tudo."

4. Sobre o amor
"O amor é mais sábio que a sabedoria." - O Nome da Rosa

5. Sobre os heróis
"O verdadeiro herói é herói por engano. Ele sonha em ser um covarde honesto como todo mundo."

6. Sobre os vilões
"Os monstros existem porque são uma parte de um plano divino e, nas características horríveis desses mesmos monstros, revela-se o poder do criador." - O Nome da Rosa

7. Sobre a poesia
"Todos os poetas escrevem poesia ruim. Os poetas ruins as publicam, os poetas bons as queimam."

8. Sobre o jornalismo
"Não são as notícias que fazem o jornal, mas o jornal é que faz as notícias, e saber juntar quatro notícias diferentes significa propôr ao leitor uma quinta notícia" - Número Zero

9. Sobre a internet
"As redes sociais dão o direito de falar a uma legião de idiotas que antes só falavam em um bar depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a humanidade. Então, eram rapidamente silenciados, mas, agora, têm o mesmo direito de falar que um prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis" - ao jornalLa Stampa.

10. Sobre a corrupção
"Hoje, quando afloram os nomes de corruptos e fraudadores, as pessoas não se importam com isso, e só vão para a cadeia os ladrões de galinhas." - à agência EFE

Fonte: BBC Brasil

P.S.: Quem não leu "O nome da Rosa", faça o favor de ir ler, que é um bom jeito de começar.