Marvels, free as a bird (música na cabeça agora ON) |
Senhores!
Deixei juntar poeira de novo, porém em tempos de extrema falta de tempo como estou, atarefado até o pescoço faço o que toda pessoa sã faria: dar uma parada e escrever no blog que não é obrigação com a produtividade mas é com a minha sanidade.
Volto aqui hoje com a prometida conversa sobre a obra intitulada "MARVELS", do fantástico trio: Kurt Busiek na bateria (brincadeira, no roteiro), Alex "the man" Ross no desenho e edição de Marcus McLaurin que deixa em cada pagina a certeza de ser uma equipe de extrema competência.
Li tem tempo, um pouco após entrar na faculdade entre uma lapada ou outra dos estudos, porém a edição original é de 1994, dois anos antes da outra obra, esta mais conhecida de Ross: "Kingdom Come" pela DC, igualmente foda, porém essa fica para outra ocasião mas fica a promessa de entrar também na fila da sessão.
Não preciso dizer da arte deste senhor, da qual sou fã já confesso nesta coluna e que novamente impressiona cada vez que abro as páginas de suas obras e vejo o realismo com que são retratados os heróis e seus colantes, dando ainda mais credibilidade a qualquer história por ele ilustrada.
Roteiro também caprichado, Busiek nos traz uma história que se estende por várias décadas, acompanhando a trajetória de Phil Sheldon, um fotógrafo de Nova York que em início de carreira vê sua vida transformada com a aparição das "maravilhas", nome dado por ele mesmo aos superseres que são agora parte do seu cotidiano. A primeira maravilha que cruza o seu caminho é o "Tocha Humana", que para a minha surpresa em leitura inicial, nada tem a ver com a sua contraparte mais conhecida do Quarteto (uma pequena observação: Que filme lixo, putaqueopariu), e que na realidade é um andróide. Criado pelo cientista Phineas Horton, causa comoção e indignação quando mostrado à sociedade, trazendo de cara não emoção, insipiração e maravilhamento, mas sim medo de uma criatura que a mente humana ainda não conseguia, e por muito tempo ainda não conseguiria, compreender.
Deixei juntar poeira de novo, porém em tempos de extrema falta de tempo como estou, atarefado até o pescoço faço o que toda pessoa sã faria: dar uma parada e escrever no blog que não é obrigação com a produtividade mas é com a minha sanidade.
Volto aqui hoje com a prometida conversa sobre a obra intitulada "MARVELS", do fantástico trio: Kurt Busiek na bateria (brincadeira, no roteiro), Alex "the man" Ross no desenho e edição de Marcus McLaurin que deixa em cada pagina a certeza de ser uma equipe de extrema competência.
Li tem tempo, um pouco após entrar na faculdade entre uma lapada ou outra dos estudos, porém a edição original é de 1994, dois anos antes da outra obra, esta mais conhecida de Ross: "Kingdom Come" pela DC, igualmente foda, porém essa fica para outra ocasião mas fica a promessa de entrar também na fila da sessão.
Não preciso dizer da arte deste senhor, da qual sou fã já confesso nesta coluna e que novamente impressiona cada vez que abro as páginas de suas obras e vejo o realismo com que são retratados os heróis e seus colantes, dando ainda mais credibilidade a qualquer história por ele ilustrada.
Roteiro também caprichado, Busiek nos traz uma história que se estende por várias décadas, acompanhando a trajetória de Phil Sheldon, um fotógrafo de Nova York que em início de carreira vê sua vida transformada com a aparição das "maravilhas", nome dado por ele mesmo aos superseres que são agora parte do seu cotidiano. A primeira maravilha que cruza o seu caminho é o "Tocha Humana", que para a minha surpresa em leitura inicial, nada tem a ver com a sua contraparte mais conhecida do Quarteto (uma pequena observação: Que filme lixo, putaqueopariu), e que na realidade é um andróide. Criado pelo cientista Phineas Horton, causa comoção e indignação quando mostrado à sociedade, trazendo de cara não emoção, insipiração e maravilhamento, mas sim medo de uma criatura que a mente humana ainda não conseguia, e por muito tempo ainda não conseguiria, compreender.
Tá errado esse negócio ae |
Ross sempre foi um artista ligado nos detalhes, e nos deixa em várias páginas alguns easter eggs divertidos, como por exemplo na imagem dos jornalistas acima a visão de um trio bem conhecido da DC Comics (passe o olho mais atentamente para ver Clark, Lois e Jimmy).
O primeiro volume cobre uma parte da vida do Jovem Phil, deixando bem claro que será ele quem irá conduzir a história e que passaremos toda a jornada enxergando através de seu olho de fotógrafo. Sua vida entrelaçada com as maravilhas e feitos das caras mais conhecidas do mundo Marvel, sempre mostrando algo que não vemos nas grandes sagas já mostrados nos quadrinhos. Acredito ser esta visão que mexa mais com o leitor, quando entre enchentes e invasões alienígenas não vemos o herói que voa mostrando os seus poderes e tirando as pessoas de perto dos perigos, mas sim a do homem que está abaixo do céu, admirando e testemunhando batalhas das quais não poderá nunca fazer parte a não ser no papel de vítima. A grande inovação deste título, é fazer dos heróis antes protagonistas, agora coadjuvantes.
Após a primeira aparição do Tocha Humana, vamos sendo apresentados aos vários heróis das eras antigas da Marvel, como Namor, Capitão América e amigos (alguns vingadores que se fossem mostrados aos jovens de hoje, acredito não conseguirem tanto reconhecimento), e em meio a aspirações de Phil de se tornar um fotógrafo de Guerra, vemos a sua relutância em deixar um local aonde tantas coisas incríveis acontecem. Tudo isso tem grande impacto em sua vida tanto pessoal como profissional, e não só para nosso protagonista mas também para todos a sua volta, como a namorada com quem pretende se casar, e o conflito de saber que sendo apenas um passageiro da história não poderá garantir a proteção de sua futura família.
Os volumes se passam e Phil continua sua carreira como fotógrafo das Maravilhas, agora completamente embrenhadas na sociedade, prestando o serviço honroso de retratar os feitos dos Heróis, mas deixando sempre um olho atento às consequências das batalhas e catástrofes das quais participam. Em seu caminho vários personagens são mostrados, como o "bostinha" do Peter Parker (na minha edição, se me lembro bem era esse o adjetivo usado), Jonah J. Jameson, amigo próximo de Phil e retratado como o Barulhento editor, mas também como jornalista incansável e fiel aos princípios de verdade da profissão (a mesma visão dada em algumas edições pelos roteiristas do Demolidor), pelo menos em alguns momentos, visto que J.J. tem a visão oposta de Phil em relação as "maravilhas".
Particularmente, uma parte que sempre me pega são suas interações com os mutantes, como sempre uma metáfora ao racismo, emulando na sociedade o medo inicial dos heróis juntamente com o preconceito, mas multiplicados pela perspectiva cruel e fatalista da substituição da Humanidade pela raça que alcançou o próximo estágio da evolução natural (ou nem tanto, já que são os "filhos do átomo"), que em verdade é visto e vivido por Phil tanto do lado dos mutantes quanto do lado da massa preconceituosa, talvez elucidando o leitor quanto a verdadeira função de um observador que é avaliar a história de ambos os pontos de vista.
O primeiro volume cobre uma parte da vida do Jovem Phil, deixando bem claro que será ele quem irá conduzir a história e que passaremos toda a jornada enxergando através de seu olho de fotógrafo. Sua vida entrelaçada com as maravilhas e feitos das caras mais conhecidas do mundo Marvel, sempre mostrando algo que não vemos nas grandes sagas já mostrados nos quadrinhos. Acredito ser esta visão que mexa mais com o leitor, quando entre enchentes e invasões alienígenas não vemos o herói que voa mostrando os seus poderes e tirando as pessoas de perto dos perigos, mas sim a do homem que está abaixo do céu, admirando e testemunhando batalhas das quais não poderá nunca fazer parte a não ser no papel de vítima. A grande inovação deste título, é fazer dos heróis antes protagonistas, agora coadjuvantes.
Após a primeira aparição do Tocha Humana, vamos sendo apresentados aos vários heróis das eras antigas da Marvel, como Namor, Capitão América e amigos (alguns vingadores que se fossem mostrados aos jovens de hoje, acredito não conseguirem tanto reconhecimento), e em meio a aspirações de Phil de se tornar um fotógrafo de Guerra, vemos a sua relutância em deixar um local aonde tantas coisas incríveis acontecem. Tudo isso tem grande impacto em sua vida tanto pessoal como profissional, e não só para nosso protagonista mas também para todos a sua volta, como a namorada com quem pretende se casar, e o conflito de saber que sendo apenas um passageiro da história não poderá garantir a proteção de sua futura família.
Cria vergonha nessa sua cara, moleque.. |
Os dois lados de uma mesma moeda |
Fãs do aranha, que aparece em alguns momentos, irão gostar da visão mais próxima de Gwen Stacy por Phil, que transparece a indignação talvez emprestada dos fãs direcionada ao evento de sua morte. Um pequeno adiantamento do futuro de Phil, pra quem quiser ler, aqui. Só pra constar mesmo, visto que eu particularmente acredito que em poucas ocasiões valha a pena liberar spoilers.
E assim se segue a história, também um apanhado de todos os eventos mais importantes do Universo Marvel (até a data), talvez uma celebração de tantos anos de bons contos de já sagrados personagens e visto como anda a industria de quadrinhos hoje, em meio a reboots a e guerras civis possa servir também como memorial de épocas em que a dita indústria maravilhava de formas mais simples e talvez até mais filosoficas, pois em meio as poucas procuras feitas por este que vos escreve de títulos semelhantes, não encontro mais obras deste calibre, ao menos pelas editoras que dominam o mercado (estou de olho em vocês, Marvel e Dc). Estando eu errado, lembro que a seção de comentários é sempre aberta e que estamos ávidos pelas palavras de retorno de nossos poucos porém (acredito eu) fiéis leitores.
Um pequeno anexo:
a arte de Ross com as referências que ele utiliza para os seus fantásticos quadrinhos, e aqui um pequeno apanhado dos artistas que usou já como referência:
Fechamos então.
A vida chama, vamos embora que é segunda e o pão de cada dia não se ganha sozinho.
Um pequeno anexo:
a arte de Ross com as referências que ele utiliza para os seus fantásticos quadrinhos, e aqui um pequeno apanhado dos artistas que usou já como referência:
Voando na mesinha de centro. Quem nunca? |
Já dançou com o demônio sob a pálida luz do luar?
Fechamos então.
A vida chama, vamos embora que é segunda e o pão de cada dia não se ganha sozinho.
Uma semana curta e próspera para todos,
até a próxima, que espero ser breve
Pra quem quiser comprar:
Amazon (Malditos dólares)