quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Tirando a Poeira da Estante - Parte 1



Senhores!

     Eis que volto aqui com mais um texto sem sentido, porém feito com todo o esmero de um trabalhador entediado que chegou em casa e tal qual o título resolveu tirar a poeira da estante. Como a crise anda brava, resolvi não estabelecer metas (nem cair na piada pronta) e tentar trazer um pouco do que tenho em mãos já que estou em falta ($$$) com o material mais novo.
      Se possível tentarei fazer deste texto uma pequena seção do Blog (com o aval dos companheiros de armas, que estarão sendo avisados no exato momento em que lerem este texto) e me dedicar a este material que compôs uma etapa importante de minha vida, durante a doença que é a adolescência e parte da adultez (que demora, mas sempre chega).
      Brindo aos leitores uma pequena mini-série que me marcou bastante como uma das visões mais criativas que já vi do maior de todos, o único e inegável real Super-Herói no qual todos pensam quando ouvem o termo desde os idos da saudosa era de Prata dos Quadrinhos: Kal-El, vulgo Clark Kent, vulgo Super-Homem (que nesta versão na realidade não é um alienígena) nas quatro edições de "Superman: identidade secreta".

4 edições e capa com um certo grau de spoilers

      Umas das histórias mais sóbrias que já li do personagem até a data, sendo já de uma certa idade e tem como ponto central a humanidade de um personagem, que mesmo sendo do planeta terra, ainda assim se sente como um alienígena. Começamos acompanhando o jovem Clark Kent (sem surpresas até aqui), que sendo da família Kent do Kansas recebeu o nome de Clark em um universo aonde o dono fictício do personagem esboça a mesma fama do universo real, quase uma piada (no Brasil conhecemos bem esta prática) e que por esse motivo sofre várias piadas da família, bullying na escola e tudo o que um nome "famoso" traria a uma pessoa comum. A ponto de virada da primeira edição é a descoberta de que o garoto normal realmente possui os poderes do personagem, dando início a uma reflexão de sua parte de como lidar com esta situação, falar ou não aos pais, colegas, amigos e o mundo todo para conseguir fama e fortuna, ou talvez o mais importante, um lugar ao sol sendo visto não só como uma pessoa com nome diferente ou problemas de integração social. E assim está dada aqui a explicação do título da revista, que segue a cada edição acompanhando uma etapa diferente da vida do jovem que ao crescer descobre que seu dilema está apenas começando.
     O mais incrível na minha humilde opinião fecal sobre esta história é a humanização de um personagem que tem poderes quase divinos, trazendo-o ao nível de pessoa e mostrando que mesmo tendo poderes incríveis o personagem ainda sofre para ser aceito do modo como é, dando valor a sua real identidade em detrimento a do herói que no início tanto relutou em ser.
      Ao crescer, o menino se torna um jornalista com veia de escritor (cujo talento pode ser visto desde o começo da história, em sua relação com a velha máquina de escrever), carreira que abraça definitivamente e que traz certa poesia à história.
       Na segunda edição conhecemos a nossa Lois e as últimas duas edições trazem o dilema da família que começa e os filhos que trazem dúvidas (se puxaram ao pai, ou se devem ou não conhecer o seu segredo) e por fim mas não menos importante a etapa final da vida de todos que é a velhice e o que deixamos para trás, surpreendendo (ou não) sobre qual é o legado mais importante na vida de uma pessoa e o que é realmente o valor que deixamos em vida.

Voa, passarinho, voa

      Escrita por Kurt Busiek e ilustrada por Stuart Immonen, tanto o traço como o roteiro são bons, mas sempre me prendo mais a arte, para a qual bato palmas todas as vezes em que releio a peça e que dá o tom mais "realista" a história, sem cores excessivas nem personagens com feições exageradas (mas que conseguem transmitira a  emoção sem perdas).

Rumo a um eterno por-do-sol

      Enfim, se por todo o texto deixo a sensação de parcialidade é porque realmente mesmo que não se goste da história acredito ser inegável a visão renovada que esta deixa ao personagem e o valor de reflexão sobre o crescer como um todo, sendo o tipo de história que me faz até hoje remexer na minha velha e empoeirada estante.


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