Num jogo que se
desenhava bem, com bela troca de passes, jogadores trocando posição e, pasmem,
com Fernandinho fazendo a chegada como homem surpresa ao ataque, o Brasil
abriu, de maneira fácil 2x0. E podia ter feito mais, dadas as fragilidades da
zaga reserva do Uruguai.
Como somos eternos
otimistas, começávamos: “Nossa, como esse time vai recuperar o futebol
brasileiro”...
Até jogada ensaiada o
Brasil mostrou, em uma cobrança de escanteio...
Aos 40s de jogo, 1x0,
com bola belamente esticada por Daniel Alves para William, que limpou o
marcador e cruzou para Douglas Costa, de ponta de chuteira.
Depois disso, Neymar
perdeu bela chance, em jogada trabalhada de escanteio e chegamos aos 2x0 aos 25,
em grande lançamento de Neymar para Renato Augusto, que fez uma finta de corpo
e deixou Muslera sem “pai nem mãe” para fazer o segundo Gol (segundo Gol dele
com a Amarelinha...).
Até então, nossos
volantes saiam bem para o jogo e nossa zaga mostrava uma “leve” confiança. Criávamos
espaço na fechada defesa do Uruguai e tínhamos chances, ainda que Neymar não
atuasse na área, e sim voltando para buscar jogo...
Porém, como estávamos em
Recife, onde paira até hoje o espirito NATIMORTO da batalha do Aflitos, nenhum
jogo é ganho antes do final da peleja ou que sua mãe te chame para ir para casa
que é hora do Almoço. O que vier primeiro.
E, aí veio o pecado. Ou
a sequência de pecados. Um Uruguai dominado não é um Uruguai morto. E eles
tinham Cavani e Suarez...
Em lançamento, típico
de time que joga atrás, nossa zaga não acreditou na bola e, em falha coletiva e
irritante da dupla “Luisz” do Brasil
(David Luiz e Felipe Luis), o Uruguai chegou ao primeiro gol aos 39 do primeiro
tempo. Lançamento, Sanchez cabeceia para trás (Filipe Luis, com o peso da alisada cabeleira a impedir sua saída do
chão) e Cavani chega SOZINHO para diminuir, com David Luiz UMA HORA atrasado
para pegar o trem daquele horário...
E vamos para o
intervalo sob o signo da infâmia, sem saber o que a sorte nos traria no segundo
tempo, já que o Dunga, COM CERTEZA, não traria nada...
Oscar Tabarez, do
Uruguai, trocou um lento Cristian Rodriguez por Alvaro Gonzalez, visando fechar
os espaços do primeiro tempo, além de reorganizar a marcação, colocando Cavani
para travar as descidas de Daniel Alves.
E, assim como no
primeiro tempo, tivemos um gol relâmpago no segundo. Já depois da primeira
falha da zaga, em nova enfiada de bola, Suarez entra na área, pela diagonal
somente com David Luiz em sua marcação. E, como esse é TRAUMATIZADO pela
champions do ano passado (onde levou uma caneta que até hoje deve dar
torcicolo...), nosso zagueiro que faz cover ruim de Valderrama NÃO divide a
bola com Suarez e o uruguaio faz o segundo, em uma bola que ainda passou por
baixo do Alisson, para completar a zica...
2x2 e um time bem
perdido em campo.
Nesse momento, nossos
volantes já não sabiam mais o nome de seus companheiros, Neymar e Douglas Costa
continuavam a tocar melões um para o outro (não tem um passe que preste entre
os dois, já viu isso?) e metade da população brasileira queria o Impeachment do
David Luiz e a outra gritava pedindo pelo Golpe para tirá-lo pela força
mesmo...
E, virou Suarez contra
o Brasil. Enquanto esse fazia o que queria pra cima de nossa combalida zaga, Neymar
e companhia ralavam para chegar em Muslera...
Entraram Philipe
Coutinho, Ricardo Oliveira e Lucas Lima, no lugar de Fernandinho, Douglas Costa
e William, respectivamente. E nada mudou...
Quer dizer... mudou. Em
bola alçada no meio da área, David Luiz deu um PASSE de cabeça para Suarez sair
na cara do gol de Alisson. E, naquele momento em que todos pensaram que a VACA
já tinha ido para o brejo, o uruguaio consagrou o joelho de Alisson, ao chutar
a bola contra sua perna e nos deixar felizes com o 2x2.
Terminamos o jogo com
aquela ideia de que podia ter sido fácil se tivéssemos um técnico que soubesse
O MÍNIMO do que está fazendo e se nossa zaga não fosse DENTE-DE-LEITE...
Ps: vale uma menção
honrosa ao juizão da peleja. Um argentino sem noção, mais preocupado em
conversar do que em dar cartões e que fez nossos juízes ruins ficarem com
inveja. Ignorou um pênalti em David Luiz (acho que eu também ignoraria só porque
era com ele) e deixou o CORO comer no segundo tempo, como se não houvesse
amanhã...
Para o jogo contra o
Paraguai, na terça, não teremos Neymar (Brasil jogando por uma bola nos pés de
Ricardo Oliveira) e GRORIA A DEUS, David Luiz também não joga!!!!!!! Vamos ver
o que nos espera em Assuncion...
Atuações:
- Alisson – 7,0 (falhou no 2º gol, mas tem um joelho prá lá de sortudo...);
- Daniel Alves – 6,0: Bom primeiro tempo, mas caiu no segundo, com a marcação de Cavani;
- David Luiz – 3,0. Alguma vontade e nenhum senso de posicionamento ou cara de zagueiro (saudade do Aldair... Zagueiro tem que fazer cara feia!);
- Miranda – 5,0. Ainda não me passa a segurança devida... tem crédito, mas talvez precise de alguém melhor ao lado;
- Filipe Luis – 4,0: esse só deve estar na seleção porque é amigo de alguém. Como o Dunga pode ter birra com o Marcelo pra deixar esse cara jogar???
- Luiz Gustavo – 5,0: Muita vontade e nenhuma saída de bola. Do sistema defensivo, talvez tenha sido o melhor, mas cometeu muitas faltas bobas.
- Fernandinho – 6,0: se soubesse dominar a bola seria um craque.
- William – 7,0: sempre bom no apoio, mas, como todo o time, sumiu no segundo tempo.
- Renato Augusto – 8,0: o melhor em campo (do Brasil). O único que pensa o jogo, distribui e se posiciona pra receber. Ainda fez um gol que entristeceu a FAMILIA Muslera.
- Douglas Costa – 7,0: mais uma vez, marcando e com muita força. Falta aprender a tocar a bola para o Neymar;
- Neymar - 5,0: Me dá uma impressão de estar deslocado de posição. Ter que armar as jogadas, como um camisa 10 não é a dele. Tem que jogar mais perto da área, e não vir do meio carregando a bola. E, quando as coisas não vão bem, se mostra incomodado e irritado. E isso o suspende do terceiro jogo em 6 das eliminatórias...
- Dunga – 4,0: e essa nota é só pelo primeiro tempo. Sua insistência com David Luiz e a birra com Marcelo estão cobrando seu preço. Além disso, não sabe mudar o jogo e pensar em alternativas...