quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Não leio só Gibi - The Martian


    Eis que em meio a alguns trailers me deparo com um interessante, o tal de "The Martian", com Matt Damon e dirigido pelo mothafocka Ridley Scott. Lembra de quando você estava no shopping, de mãos dadas com seus pais ou irmãos e de repente a mão se soltou, eles foram embora e você ficou ali parado, com cara de "fodeu", sem saber o que fazer? Substitua o shopping por Marte, seus irmãos por uma trilpulação e as pessoas por pedras e é mais ou menos disso que estamos falando. 
     Baseado na obra homônima de Andy Weir, o livro relata os dias de Mark Watney como astronauta deixado para trás no planeta, dado como morto após uma missão em Marte que tomou rumos inesperados. Cara de muito bom humor (que rende algumas situações em meio a um clima tenso de sobrevivência em um lugar inóspito tiradas magníficas, ao menos para a mente que controla o corpo que vos escreve este texto) resolve após a constatação de sua inevitável situação que deve sobreviver a todo custo, encarnando com todas as letras um McGuyver astronauta de primeira linha.

"I'm going to have to science the shit out of this."

     Não dá pra dizer muito além da sinopse sem que os malditos spoilers apareçam, mas o que se pode dizer é que a obra literária diverte bastante, além de ter seus ótimos momentos de tensão e humor, cálculos matemáticos e novas unidades de medidas (como a conversão de unidades de potência de nome ridiculamente extenso para ninja-piratas, elucidando o realismo do péssimo senso de humor dos engenheiros). Devo confessar em certo ponto que ri litros com o momento abaixo: SPOILER, selecione com o mouse para ler:

Quando a NASA descobre que o astronauta está vivo, antes que ele mesmo saiba, um psicólogo faz conjecturas sobre o seu estado mental e sobre os estresses e pensamentos sombrios que se passam em sua mente e somos brindados com a seguinte pérola da cabeça de Mark:
"Como o Aquaman consegue controlar Baleias!? 
Elas são Mamíferos. 
Isso não faz o menor Sentido!!!"

FIM DO SPOILER.
     Além de ser então um livro divertidíssimo, ao qual dediquei aproximadamente uma semana de leitura esparsa entre compromissos (acredito que leitores mais ávidos conseguirão terminar o livro em algumas horas), fica aquela sensação de querer mais. O autor escreve bem, sem muita enrolação além das óbvias explicações científicas que são necessárias a obras deste tipo mas que não cansam e com o bom humor do personagem são devidamente apreciadas como parte desta ótima história.
     Em alguns momentos confesso que entre uma espera e outra torci para que não chegasse a minha vez na fila só pra conseguir ler mais algumas páginas ¯\_(ツ)_/¯.

Imprima e cole em cima da sua mesa para melhor motivação.

     A novela em si foi publicada em capítulos no site do autor, de acordo com o próprio por ter sido recusado várias vezes a ter uma versão impressa por parte de editoras, porém com as facilidades permitidas hoje pela nossa fantástica rede de computadores e por requisição de seus fãs, criou uma versão digital na Amazon e a mesma vendeu e se espalhou mais do que pornografia no Whatsapp, chamando a atenção das mal fadadas Editoras e do Estúdio de cinema FOX. 
     Agora feche as cortinas da sua casa, sente no sofá, e coloque esse trailer em uma tela gigantesca pra tocar por pelo menos umas 5 vezes. Vale a pena:

Depois, faça o favor de comprar o livro.


Ficha Técnica:
Nome: The Martian
Autor: Andy Weir
Nota: 9.5/10 

(fiquei com vergonha de dar 10 porque sou um cara muito bonzinho)


domingo, 20 de setembro de 2015

Faltou combinar com os vermelhos


O GP de Cingapura teve a usual combinação de safety cars, luzes inacreditáveis, poucas ultrapassagens audaciosas garantindo a única ação digna de nota na pista, e Sebastian Vettel no alto do pódio no início da segunda perna asiática da temporada.

Apesar disso, foi a corrida mais estranha de 2015, pela surpreendente perda de performance da Mercedes, com Rosberg largando em sexto e chegando em quarto, e Hamilton abandonando por falta de potência.

A expectativa para o fim de semana era de mais um passeio prateado, e com Hamilton alcançando três marcas incríveis: o recorde de poles consecutivas da Williams (24), de Senna (8) e de vitórias na carreira de Senna (41).

Mas, como diria Garrincha (e profeticamente repetido por Flávio Gomes nos comentários pré-GP), faltou combinar com os russos; nesse caso, com os vermelhos.

Desde a classificação, Vettel só foi ameaçado por seu ex-companheiro de Red Bull, Daniel Ricciardo, e venceu a corrida de ponta a ponta. Com isso, o recorde de poles dificilmente será igualado pela Mercedes, e Hamilton terá de esperar até Suzuka para conquistar a mítica 41ª vitória, e até 2016 para superar as oito poles consecutivas do brasileiro.

Pódio da Corrida de Cingapura 2015
Ao invés disso, quem deixou nosso querido Ayrton para trás foi Sebastian, com sua 42ª vitória, e agora só Alain Prost, com 51, o separa de seu ídolo Michael Schumacher na lista dos maiores vencedores da categoria.

Mas o que chamou a minha atenção foi a superação de uma marca bem mais modesta. No sábado, Vettel conquistou a primeira pole em três anos (e primeira no seco em cinco anos!) da Ferrari, igualando o desempenho de Wolfgang Von Trips, primeiro alemão a vencer corridas na Fórmula 1, que morreu em 1961, enquanto liderava o campeonato que acabou vencido por seu companheiro Phil Hill.

Von Trips conquistou suas duas vitórias e sua única pole na categoria pela Ferrari, e é o longínquo antecedente da espantosa invasão germânica que começou nos anos 1990 com Schumacher.

Quem começou a assistir à categoria depois da morte de Senna dificilmente acreditaria que, até 1991, a Alemanha só tinha três vitórias (além das duas de Von Trips, uma de Mass em 1975); hoje tem 155, e onze campeonatos.

É verdade que a Ferrari sempre se deu bem com os seus vizinhos transalpinos, com os austríacos Lauda e Berger honrando as cores de Maranello nos anos 1970 e 1990, mas hoje é impossível ouvir o hino alemão sem esperar, em seguida, o italiano.

A primeira vitória de Vettel na Fórmula 1, no GP da Itália de 2008, guiando uma Toro Rosso, foi um sinal de que essa sequência voltaria a ser ouvida no final dos Grandes Prêmios.

Com a terceira vitória, Vettel supera Von Trips na lista dos alemães vermelhos, iguala o desempenho de Schumacher em sua temporada de estreia na Ferrari, e conquista de vez o coração da equipe com seus astutos, mas nem por isso menos sinceros, agradecimentos em italiano pelo rádio.

Como já disse algumas vezes, Vettel já é um dos maiores da história, e só falta superar um teste, que é o de enfrentar um companheiro de equipe realmente cascudo, como Ricciardo em 2014, e levar a melhor. Mas nem mesmo Schumacher teve esse desafio, e nem por isso deixa de ter o valor reconhecido. Senna x Prost, Piquet x Mansell, e Hamilton x Alonso são bons exemplos de que esse confronto, além de muito raro, é muito arriscado para as equipes.

Vettel não deve superar as 72 vitórias de Schumacher na Ferrari, até porque, se o fizer, alcançará incríveis 111 vitórias na Fórmula 1, vinte a mais que seu ídolo, o que não parece possível nem para os tifosi mais ensandecidos.
Vettel já era um fã de Schummi... e hoje, vem ganhando o espaço do Hepta campeão no coração dos Tifossi
Além da importância histórica, a vitória da Ferrari reabriu a disputa do campeonato. Vettel tem 49 pontos a menos que Hamilton (duas vitórias de diferença), e, faltando seis corridas para o final, ainda dá para sonhar alto, embora tudo indique que, em Suzuka, a Mercedes voltará ao desempenho avassalador do resto da temporada. Mas, de novo, falta combinar com os vermelhos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Independência e democracia Rubro-Negra

Olá amigos, hoje, sete de setembro, não vou tratar diretamente do futebol rubro-negro. Não falarei da péssima campanha do returno, nem da insistência de Mancini com Marcelo Mattos e Pereira, nem muito menos da ideia dele de poupar Escudero para o jogo contra o Criciúma lá em Santa Catarina. Hoje o assunto vai ser relacionado à independência do Leão, as eleições diretas.

Vamos lá, no final de 2014, um grupo de torcedores, intitulado Vitória Livre, iniciou o processo de recolher assinaturas dos sócios para convocar uma assembleia geral que tratasse da forma como as eleições ocorrem no rubro-negro baiano. Foram recolhidas mais de mil assinaturas, mas como a transparência no Leão é tão real quanto uma nota de R$3,00 e a lista de associados só é disponibilizada por meio de mandatos judiciais, a nossa diretoria (ou seriam os donos do Vitória?) alegou que de todas as assinaturas haviam cerca de duzentas legíveis e em condições de solicitar a assembleia geral (sócios com 18 meses ininterruptos ou mais), número que não alcançava o mínimo de 25% dos sócios para convocação da AGE.

De todo modo, em Dezembro/14, o conselho do Vitória criou uma comissão para tratar do assunto, e estabeleceu o prazo de seis meses para que fosse apresentada uma proposta de reforma do estatuto, com foco nas eleições diretas para presidência do Leão. Acontece que esta comissão não se reuniu uma vez sequer desde que foi criada, o que demonstrava o interesse daqueles que comandam nosso time em abrir o mesmo.

Em Junho/15, mais precisamente no dia 06, quando o assunto estava mais uma vez o auge, com a diretoria sendo pressionada por todos os lados pelos torcedores e grupos de oposição, aconteceu uma assembleia geral consultiva (ainda não é a que a torcida quer, esta serve apenas para fazer consultas.) e nela ficou definido que a comissão de reforma do estatuto, aquela mesma que foi criada em dezembro para entregar uma proposta em maio e não se reuniu uma única vez, deveria apresentar um pré-projeto de alteração estatutária até o dia 28/09/15 (isso, daqui exatas três semanas, 21 dias!) e que no dia 26/10/15 aconteceria uma assembleia geral DELIBERATIVA para decidir as mudanças a serem feitas no texto do estatuto rubro-negro.

Acontece que, desde a realização da AGE do dia 06, o assunto ficou praticamente esquecido tanto por parte de alguns torcedores, como por parte da imprensa. E até este momento o assunto “reforma do estatuto” continua obscuro para a torcida.
Temendo que mais uma vez aqueles que comandam o time se utilizem do esquecimento do torcedor e da imprensa sobre o assunto, ou que utilizem a desculpa de que “para não tumultuar o ambiente do time que está lutando por algo na série B”, o grupo Vitória Livre, voltou a recolher assinaturas de sócios (dessa vez usando como parâmetro a lista de sócios divulgada pelo clube em 29/05, após determinação judicial), visando convocar uma assembleia geral extraordinária para que seja debatido e votado assuntos relativos às eleições do Vitória.

Alguns pontos que o Vitória Livre pretende discutir em AGE são:
  • Eleições diretas e proporcionais para presidente e conselho;
  • Tempo de associação para ter direito a voto;
  • Tempo de associação para ter direito a ser candidato ao conselho e a presidente;
  • Quantidade de conselheiros;
  • Transparência obrigatória.
Texto do abaixo-assinado o Vitória Livre
O abaixo-assinado encontra-se, em dia de jogo, na entrada do portão do SMV e nos outros dias no restaurante Pirão, situado na Rua Professor Cassilandro Barbuda, 714 - box 1 - Costa Azul. O restaurante fica aberto das 8:30 às 16:00h. Você, sócio com mais de 18 meses, não deixe de assinar o pedido de convocação para a AGE e contribua com este que será um momento histórico para o nosso clube. Lembrando que o grupo Vitória Livre é um grupo de torcedores em busca da democracia, independente da corrente política de cada um. A meta é democratizar o Leão e não necessariamente, comandá-lo. O único dono do Vitória sempre deverá ser o seu torcedor.



Abraços e até a próxima.