terça-feira, 26 de julho de 2016

SDCC - O que foi visto, não poderá ser desvisto!


Senhores, senhoras e adjacências!

Encontramo-nos novamente naquela época do ano que faz corações e mentes acenderem-se de esperanças quanto as novidades seriadísticas, quadrinísticas e filmísticas, posicionando nossos olhos atentamente para o que devemos esperar das nossas empresas favoritas que compreendem a indústria do Entretenimento! Este ano, já adiantando os bois a frente da carroça, tivemos uma excelente Comic-Con. Não estávamos lá, mas o que vos escreve acompanhou em termos as novidades e trailers lançados com uma mão no coração e outra nas moscas esvoaçantes de meu próprio bolso (CINEMA CARO DA PORRA!!!!!). Lágrimas másculas rolaram pela fronte e escorreram pela barba mal-feita, deixando uma trilha de sonhos, esperanças e exagero.
Segue então um relato meia-boca das melhores partes retiradas daqui e dali, e sempre que lembrando com as devidas fontes (a exceção de casos aonde não puder lembrar ou que a preguiça não deixar mesmo),
Carnavalescamente, à moda da república das bananas (que neste momento encontram-se apontadas para os "bolsos" dos contribuintes), dividiremos aqui as novidades em blocos praticamente organizados para melhor atende-los (deixo aqui também a promessa de pelo menos quase um comentário infame por vídeo):

Netflix


Putaqueopariu. PUTAQUEOPARIU. Não um, mas três novos seriados serão paridos pela maravilhosa casa de streaming global e a empresa que manja de afundar navios piratas (mas vez ou outra a gente ainda pega um bote ;D). Adicional ae de uma nova temporada do Vermelho, que como sempre levantará as expectativas às alturas.


Punho de Ferro:



Ao que parece um moleque cai de um avião, monges o encontram e raspam a cabeça dele. No processo ele fica foda em kung-fu. Já comprei.

Luke Cage:



O Senhor Jessica Jones (torço pelo casal), está de volta com seu próprio seriado, sinalizando a Lá Duke Nukem que veio para mascar chiclete e chutar bundas, e pelo trailer, o chiclete já acabou.

O Vremeio da cozinha do cramulhão



A justiça é cega, mas ela tem um radar muito foda.

Os Zagueiros



Somando Jéssica Jones, Demolidor, Luke Cage e Punho de Ferro... Se for metade do que foi demolidor e Jessica Jones... (Come as you are é covardia)

DCZada véia de guerra


Meio que sem saber o que esperar, chega aí a DC e me faz chorar. Nunca antes na história desse país houve tanta esperança pra um filme da Liga que não seja uma enorme pilha de excremento.


Não é esse, é o próximo:

Superamigos Liga da Justiça



Lord be Praised! Pelamordetudooqueésagrado, não seja uma bosta.

Wonder Woman



Acho que a melhor surpresa. Se tem um personagem que merece um filme decente, e que ainda não teve sua oportunidade é essa. Detalhe que tem uma trilha sonora um tanto quanto fodástica.

Enquanto isso na tv: Flash



Barry aprontando altas confusões na dimensão paralela depois de ter feito caquinha no final da segunda temporada. (*cough* *cough* flashpoint *cough*)

Legends of Tomorrow



Divertido, podem assistir sem compromisso. É um seriado que tem futuro :D.

P.S 1: Liga animada (mais um)



JLU nos deixou mal acostumados, mas acho que pra criançada esse vai servir.

PS 2: Injustice 2 com Besouro azul e WW



Pra ser sincero, esse novo besouro azul nunca foi meu favorito, o antigo era muito mais divertido.

Fechando com chave de ouro...



e que venha o DCU!

Ainda tinha o filme do Batman Lego, mas né... Não engrena.

Marvecos Rejoice!


Pra não ficar atrás, é claro, a Márvéu também deu o que falar.

Doutor Estranho



Ao contrário do esperado, o trailer não é estranho. Vou mudar a senha do meu Wifi hoje.

Ghost Rider no S.H.I.E.L.D.



Aguardo esse com meia sobrancelha levantada. Mas a caveira tá foda (Pelo menos vai afastar a lembrança do Nick Cage na moto)

Tem ainda a promessa de um Homem-Aranha que não será Emo, saído diretamente da timeline do Bandeiroso: Guerra Civil, o que por si só já deixou a galegada com o músculo cardíaco nas mãos.



Como a Netflix já monopolizou a Marvel, acho que é só isso por enquanto...

Menções Mais que Honrosas


American Gods



Neil Gaiman sendo ele, sendo foda. Livro foda. Putaqueopariu.

Fantastic Beasts and Where to Find Them



Se isso não fizer alguém gritar feito uma criança de 12 anos, não sei o que faz.

Pequeno Bônus Marvete (e que se foda a organização)



Uma gracinha quando não está explodindo merdas e falando palavrões.

A maioria das imagens, vídeos e comentários imbecis foi retirada dos sites abaixo (brincadeira,  dos comentários imbecis eu vou ter que assumir a culpa):
io9omelete e os canais da marvel, netflix e DC (acho) no youtube

Câmbio e Desligo. Vou sentar ali no canto e esperar 2017 chegar. Enquanto trabalho. E estudo. E tento chegar no fim do mês com grana.

domingo, 19 de junho de 2016

Perez Troika

Amigos formulaúnicos,

O primeiro Grande Prêmio no Azerbaijão (oficialmente GP da Europa), no belíssimo circuito de rua de Baku, foi uma decepção. Apesar do notável traçado "meio Monza - meio Mônaco", com velocidade máxima superior a 360km/h no fim da reta e as curvas apertadas do trecho medieval da cidade, como a já clássica subida do Castelo, a prudência dos pilotos garantiu que todos saíssem ilesos, mas em compensação não teremos muito o que lembrar além das paisagens estonteantes.

Rosberg foi o mais rápido do fim de semana, fez a pole, largou bem e nunca mais foi alcançado. Hamilton, depois de desdenhar da dificuldade da pista, errou feio na classificação, teve dificuldades com a configuração do motor durante a corrida e terminou em quinto, vendo o rival de Mercedes abrir 24 pontos no campeonato.

Se algum piloto será lembrado por seu desempenho na corrida, certamente será Sergio Perez. O mexicano já tinha obtido o feito incrível de classificar a Force India em 2º, mas teve de largar em 7º em razão da troca do câmbio, decorrente de um erro seu no terceiro treino livre.

Na corrida, Perez foi perfeito: largou bem, adotou a melhor estratégia, e mesmo quando o 3º lugar já era certo, em razão da punição de Raikkonen, que teria 5 segundos acrescentados ao seu tempo no final da corrida, o mexicano não se conformou e ultrapassou o finlandês na pista, na abertura da última volta.

Com isso, Sergio Perez chegou ao 2º pódio do ano, 4º com a Force India (dos 5 alcançados pela escuderia) e 7º da carreira. Mesmo considerando a fraca temporada de 2013 com a McLaren, que pareceu encerrar uma carreira promissora, o mexicano é sem dúvida o piloto que, na última década, mais impressionou por sua capacidade de levar equipes médias além do que seria esperado.

Nas quatro temporadas em que chegou ao pódio, Perez sempre competiu por escuderias que frequentavam a parte de trás do grid: em 2012, 3 pódios com a Sauber, 6ª colocada no Mundial de Construtores (com 12 equipes); em 2014, 1 pódio com a Force India, 6ª entre 11 construtores; em 2015, mais 1 pódio com a Force India, 5ª entre 10 construtores, e em 2016, até agora, 2 pódios com a Force India, 5ª entre 11 construtores.

Alcançar sete pódios competindo contra, pelo menos, oito carros mais rápidos é um feito raro na categoria. Três trajetórias semelhantes à do mexicano merecem destaque:

Rubens Barrichello, em 1994, conseguiu 1 pódio pela Jordan, 5ª entre 14 construtores; em 1995, mais 1 pódio pela Jordan, 6ª entre 13 construtores; em 1997, 1 pódio pela Stewart, 9ª entre 12 construtores; em 2008, 1 pódio pela Honda, 9ª entre 11 construtores;

Olivier Panis, em 1994, conseguiu 1 pódio pela Ligier, 6ª entre 14 construtores; em 1995, mais 1 pódio pela Ligier, 5ª entre 13 construtores; em 1996, venceu 1 corrida pela Ligier, 6ª entre 11 construtores; em 1997, 2 pódios pela Prost, 6ª entre 12 construtores;

Heinz-Harald Frentzen, em 1995, conseguiu 1 pódio pela Sauber, 7ª entre 13 construtores; em 2000, 2 pódios pela Jordan, 6ª entre 11 construtores; em 2003, 1 pódio pela Sauber, 6ª entre 10 construtores;

Os três exemplos são de pilotos que despontaram em equipes médias quando a confiabilidade dos carros era menor, os casos de falha mecânica eram mais frequentes, e por isso pódios inesperados eram mais viáveis. Por motivos diferentes, nenhum dos três conseguiu ser campeão do mundo: Barrichello aceitou o papel de segundo piloto na Ferrari, ajudou Schumacher a conquistar o título cinco vezes seguidas, e ainda teve de amargar mais um companheiro campeão em 2009 (Jenson Button), na Brawn; Frentzen teve sua grande chance em 1997, mas não conseguiu rivalizar com Jacques Villeneuve na Williams e, depois de um ano ruim em 1998, voltou para equipes menores e teve seu melhor ano em 1999, com duas vitórias pela Jordan; Panis nem chegou a correr por uma equipe de ponta e, depois do sério acidente em 1997, no auge de sua carreira, nunca mais foi o mesmo.

A dura realidade da Fórmula 1 mostra que os futuros campeões são revelados muito cedo e logo são levados para equipes de ponta (Schumacher, Hakkinen, Alonso, Raikkonen, Hamilton, Vettel). A grande exceção dos últimos vinte anos foi Button, que passou longos anos em equipes médias (BAR e Honda) até a sua improvável oportunidade com a Brawn em 2009. Mesmo ele, no entanto, estreou na Williams, grande no nome, mas em reconstrução no início da sua parceria com a BMW.

Perez teve uma chance num péssimo ano: em 2013, a McLaren não conquistou um pódio sequer, e a equipe não teve paciência com seu jovem contratado, atribuindo-lhe parte da culpa.

Desde então, o retrospecto de ambos é notável. A McLaren só conseguiu dois pódios nos últimos três anos, num mesmo GP, o da Austrália, que abriu a temporada de 2014, dando uma falsa impressão de renascimento à equipe; enquanto isso, Perez recuperou a autoconfiança e conquistou 4 pódios com a equipe que o acolheu quando ele estava em baixa.

Tudo indica que, em 2017, Perez terá a sua última chance de brilhar por uma equipe grande. O contrato de Raikkonen termina em 2016, e o mexicano é o mais cotado, junto com Grosjean, que faz boa temporada pela Haas, para a vaga que se abrirá na Ferrari.

Certamente o mexicano se inspirará em Jenson Button, o último campeão tardio da categoria; no entanto, o mais provável é que ele repita a respeitável mas incompleta trajetória de Barrichello, e ajude um alemão de macacão vermelho a encerrar o jejum de títulos da equipe mais tradicional da Fórmula 1.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Tirando a poeira da estante - Planetary


Estranhos heróis em um estranho mundo.

     Ave Senhores!

     Em uma pequena visita a uma livraria com a patroa há algum tempo, me deparei com uma edição desta fantástica obra. Como já havia lido anteriormente mas ainda estava querendo um material pra escrever esta coluna (a qual escrevo aos senhores neste exato momento (exato momento para mim, mas para os senhores serão tempos variados (parentesesception))), resolvi voltar a estante e retirar dela este clássico e debulhar alegremente a merecedora história, então segurem-se mas sem preocupar-se, pois tentarei ser alheio a prática dos spoilers, então vai ser um review bem curto, só pra matar a saudade de escrever.

Desenho tão detalhado quanto a trama.
     Como tudo o que irá permear a trama, o ponto de partida é um mistério. Um encontro marcado em meio a um deserto, um homem velho que toma café sujo, maltrapilho e desmemoriado é abordado por uma jovem uniformizada para que lhe seja feita uma proposta... A partir daí, somos apresentados a uma série de acontecimentos fantásticos, casos e mistérios que passo a passo se juntam para formar um cenário final que me arrancou um feliz putaqueopariu ao fechar a revista. O roteiro é bem trabalhado, dividido em pequenos arcos e cada uma das histórias impressiona por sua originalidade, apesar de beber e se fartar da fonte de várias outras editoras e personagens. Muitos irão notar heróis genéricos que poderiam se encaixar bem naquelas (na minha humilde opinião) divertidíssimas histórias em que um já consagrado herói era colocado em outros universos. Um exemplo é Jack Carter, que ao que parece é uma cópia em papel carbono do Constantine, tanto que ao ler o camarada parece que até o sotaque britânico já lhe vem no fundo do crânio.

Jack Carter, JC pra galera, John Constantine pros íntimos.
     Essa mistura é uma homenagem aos quadrinhos de modo geral, e se encaixa na revista como maionese no feijão (não me julguem), deixando durante a leitura a divertida tarefa de encontrar e se lembrar de todas as referências ali presentes. Os personagens principais, Elijah Snow, Jakita Wagner e O Baterista, se tornam logo no início o time encarregado de investigar, catalogar e resolver os mistérios apresentados a organização Planetary, cujo mote é: "É um mundo estranho, vamos mante-lo assim."...

Snow, o Elijah, não o Jon
      Elijah é um personagem interessante, já de certa idade que apresenta capacidades sobre-humanas (que acho que vale deixar para o leitor descobrir), nascido no dia 1 de janeiro de 1900 e ele próprio um dos mistérios da trama, os "Century babies". Chamado logo no início, sem todas as suas memórias e vivendo em um deserto, é trazido de seu exílio para ser parte do Planetary e servir ao "Quarto Homem" (mais um mistério) ao lado de Jakita e Baterista.

Miss Jakita herself
     Jakita é o Tanque da equipe, com força e velocidades bem acima do ser humano comum. É ela quem recruta Elijah de suas férias, acabando com a "aposentadoria" do velhote. Até certo ponto da história suas origens são (mais) um bem-vindo mistério, mas em certo ponto somos apresentados ao seus princípios e como todos os personagens deste trama, vemos que ela também é mais uma parte do quebra-cabeça.

Buh!
     Baterista é o hacker da equipe, mas obviamente não um qualquer. Capaz de visualizar e alterar informação conforme sua vontade somente com suas baquetas. Informação inclusive no roteiro todo é uma parte importante da trama (trazendo talvez algumas licenças poéticas de teorias de física quântica) e deixando bem clara a motivação da busca pelo conhecimento durante a aventura.
    Escrito por Warren Ellis, desenhado por John Cassaday e publicado pela DC (pelo selo WildStorm), é uma leitura boa pra se ter na estante. Sempre que bate aquela saudade tiro da estante pra dar aquela relida marota de fim de tarde, mesmo já sabendo de todas as voltas e reviravoltas da trama, porque toda vez que leio encontro algo novo, tamanho é o mundo criado pelos autores.

Pra quem quiser tirar o escorpião do bolso (pena que não somos pagos pra isso):

P.S.:Aos leitores de ficção científica, há uma referência fantástica a "Encontro com Rama", que não peguei na primeira leitura, mas meu lado Nerd gritou como uma menininha quando percebi.

Flw, vlw, obg e até mais
     

domingo, 15 de maio de 2016

Uma semana histórica

Amigos formulaúnicos,
Sei que o segundo trocadilho com a crise política não terá a mesma graça, mas é que o calendário tem conspirado a favor. A Fórmula 1 foi surpreendida na semana passada pela implacável decisão da Red Bull de substituir Daniil Kvyat por Max Verstappen, depois da desastrada atuação do russo em Sochi, colidindo duas vezes com Vettel e arruinando a corrida de ambos.
Embora Verstappen seja reconhecido há algum tempo como um fenômeno em desenvolvimento, a reação predominante entre os especialistas foi de que "pode ter sido muito cedo", e a possível precipitação da Red Bull, além de aniquilar a autoestima de Kvyat, poderia comprometer a evolução do próprio Verstappen.
É só pensar nos últimos pilotos que tiveram de entrar numa equipe no meio da temporada, ignorando aqueles que o fizeram por motivos econômicos:
Um jovem Mika Hakkinen assumiu a posição do demitido Michael Andretti na McLaren no final de 1993, abandonando na estreia e conseguindo no máximo um terceiro lugar, enquanto o seu companheiro, Ayrton Senna, vencia as duas últimas corridas da temporada.
O estreante David Coulthard assumiu o lugar deixado na Williams em 1994 pela morte de Senna, e conquistou um pódio em oito corridas, enquanto o seu companheiro Damon Hill vencia cinco vezes na luta pelo título contra Michael Schumacher.

O já experiente Mika Salo substituiu o machucado Schumacher na Ferrari no meio da temporada de 1999, chegou em nono na estreia, sacrificou a melhor chance de vitória na corrida seguinte, deixando Irvine passar para aumentar suas chances de título, e terminou o ano com mais um pódio, ao mesmo tempo em que o o norte-irlandês vencia duas corridas.
O estreante Sebastian Vettel substituiu o machucado Robert Kubica na BMW por uma corrida em 2008, teve uma classificação decente, uma largada ruim e uma razoável corrida de recuperação, chegando em oitavo em Indianápolis.
O eterno reserva Luca Badoer substituiu o machucado Felipe Massa na Ferrari por duas corridas em 2009, e só conseguiu reforçar o seu recorde de maior número de GPs sem marcar pontos (52), chegando em 17º em Valência e 14º em Spa. O vexame foi tão grande que a Ferrari recorreu a Giancarlo Fisichella, que vinha em grande fase na Force India, conquistando a única pole e o primeiro pódio da equipe em Spa, para substituir Massa até o fim da temporada, mas o italiano não teve melhor sorte: cinco corridas sem pontuar, enquanto Raikkonen, na outra Ferrari, marcava um pontos em três delas, com um pódio em Monza.
Esse breve histórico recomendava uma certa cautela ao avaliar o desempenho de Max Verstappen. Se o adolescente holandês tivesse uma classificação medíocre, uma largada errática, um erro sob pressão, tudo seria perfeitamente natural, resultado da aclimatação na equipe, que não é exatamente nova para ele, por ser da mesma família Red Bull, mas é muito diferente da pequena Toro Rosso, desde os motores Renault à cobrança implacável de Christian Horner e Helmut Marko.
Logo na classificação, Max mostrou ao que veio, andando mais rápido que Daniel Ricciardo no Q1 e no Q2, e só um desempenho perfeito do australiano no Q3, sem dúvida a melhor volta de todo o fim de semana dentre todos os pilotos, garantiu que o piloto nº 1 da Red Bull largasse em terceiro, com o estreante Max num ótimo quarto lugar, na segunda fila, 0,4s mais lento.
A surpresa que ofuscou todas as outras e ressignificou a decisão da Red Bull veio na corrida. A desastrada tentativa de ultrapassagem de Hamilton sobre Rosberg, que tirou os dois pilotos da Mercedes da corrida, abriu caminho para uma disputa equilibrada entre Red Bull e Ferrari. Em Barcelona, como era de se esperar, a questão foi decidida na estratégia: cada equipe tentou fazer duas paradas com um piloto (Verstappen e Raikkonen) e três paradas com o outro (Vettel e Ricciardo).
A estratégia que parecia ser a vencedora foi usada com os ponteiros, e então Verstappen e Raikkonen herdaram a briga pela liderança. O terceiro jogo de pneus não rendeu o esperado e Vettel e Ricciardo entraram para uma terceira troca sem conseguir andar rápido o suficiente para compensar o pit stop adicional.
Quando ficou claro que a estratégia vencedora era a de duas paradas, lá pela 50ª das 66 voltas, todos os olhos se voltaram para Verstappen. O adolescente holandês, que em 2015 se destacou por suas ultrapassagens ousadas e por cometer relativamente poucos erros para a idade (exceto pela pancada em Romain Grosjean em Mônaco), precisava provar que tinha outras qualidades indispensáveis para um campeão da F-1: sangue-frio e consistência.
E Max não decepcionou: conservou os pneus admiravelmente, andou rápido o tempo todo, não cometeu nenhum erro, mesmo tendo Raikkonen por vários vezes a menos de 1s de diferença, usando o DRS para se aproximar.
A vitória de Max Verstappen é histórica não só pelo motivo óbvio da precocidade absurda (com 18 anos e 7 meses, seu recorde dificilmente será quebrado, sobretudo depois que a FIA estabeleceu a idade mínima de 18 anos para competir na F-1, exatamente por conta de sua criticada estreia aos 17 em 2015), mas por diversos outros motivos:
1) Foi a primeira vez desde o GP do Bahrein de 2010, vencido por Fernando Alonso com a Ferrari, em que um piloto ganhou a corrida na sua chegada a uma nova equipe;
2) Foi a primeira vitória da Red Bull desde 2014, e a primeira depois do sério desentendimento com a Renault;
3) Foi a primeira vitória de um holandês na Fórmula 1;
4) Foi a primeira vez desde o GP da Austrália de 1994, vencido por Nigel Mansell com a Williams, em que um piloto ganhou depois de chegar a uma equipe no meio da temporada, mas o inglês só conseguiu isso na sua quarta corrida. Emerson fizera o mesmo com a Lotus em 1970, no GP dos Estados Unidos, em que a vitória do brasileiro garantiu o título póstumo de Jochen Rindt.
5) Não tive paciência para verificar temporada por temporada, mas provavelmente foi a primeira vez desde 1961, quando Giancarlo Baghetti venceu pela FISA, com uma Ferrari, no GP da França, em que um piloto conseguiu ganhar sua corrida de estreia por uma nova equipe no meio da temporada.
Max Verstappen, aos 18 anos, subiu ao lugar mais alto do pódio ao lado de um piloto com 16 anos de F-1 (Raikkonen) e do piloto que antes dele quebrara todos os recordes de precocidade (Vettel). Estava à vontade entre os grandes, que sem dúvida é o seu lugar.

domingo, 17 de abril de 2016

Um domingo extraordinário

Não se preocupem, não vou enfadá-los com as minhas considerações sobre a crise política. O domingo foi extraordinário nas pistas, mais precisamente em Shangai, no GP da China. Nico Rosberg conquistou sua sexta vitória consecutiva na F-1, juntando-se a Alberto Ascari (7 seguidas em 1952-1953), Michael Schumacher (7 seguidas em 2004) e Sebastian Vettel (9 seguidas em 2013). Mas isso vocês provavelmente já tinham visto em algum site, e já sabiam desde antes da largada.

No entanto, o que dá a verdadeira dimensão do feito do alemão é o seu companheiro de equipe, ninguém menos que o tricampeão Lewis Hamilton, com 43 vitórias no currículo.

Todos os quatro pilotos que alcançaram seis ou mais vitórias seguidas tiveram à sua disposição carros muito superiores à concorrência, e que estão entre os melhores da história. Segundo o site F-1 Metrics (https://f1metrics.wordpress.com/2015/10/08/the-most-dominant-teams-in-f1-history/), a Red Bull de 2013 foi o 3º melhor carro da história; a Ferrari de 2004, o 5º; a Mercedes de 2015, o 7º; a Ferrari de 1952, o 10º. Por isso, o único que poderia impedir esse feito era seu companheiro de equipe.

Ascari teve a oposição de Giuseppe Farina, o primeiro campeão da F-1, em 1950, e que conquistou ao todo 5 vitórias na carreira. Nos anos 50, eram vários pilotos por equipe, mas os demais rivais, como Taruffi, Simon, Villoresi e mesmo Hawhtorn, campeão de 1958, são ilustres desconhecidos do grande público.

Schumacher enfrentou Barrichello, 11 vitórias na F-1, numa história que todos nós conhecemos muito bem, mas em 2004 nem sequer é possível dizer que Rubinho foi obrigado a ceder posição, como na Áustria em 2001 e 2002, tamanha a superioridade do heptacampeão naquele ano.

Por fim, as 9 vitórias seguidas de Vettel vieram contra Mark Webber, que precisou de 217 GPs para conquistar as mesmas 9 vitórias, o que dispensa maiores comentários, ainda mais porque 2013 foi o último ano da carreira do australiano.

Com isso, é evidente que Rosberg teve, de longe, a oposição mais dura às suas pretensões. Aliás, Hamilton só não integra o mesmo clube porque o alemão interrompeu, em 2014, uma sequência de 4 e uma de 5 vitórias do inglês.

Os eternos críticos dirão que Hamilton já tinha desacelerado nas últimas três corridas de 2015, depois de conquistar o título em Austin, e que, em 2016, o estilo de vida festeiro do tricampeão começou a afetar a sua pilotagem.

Quem acompanha a categoria de perto sabe, no entanto, que Rosberg e Hamilton, ex-amigos e rivais desde os tempos do Kart, já fazem um dos mais belos duelos internos da história da Fórmula 1, e que nenhum dos dois suporta a ideia de perder para o outro.

O símbolo dessa rivalidade ocorreu na antessala do pódio de Austin, naquele mesmo GP dos EUA que decidiu o título de 2015. Quando Hamilton jogou o boné do 2º lugar para Rosberg, isso soou como uma provocação tão grande que o alemão o jogou de volta no mesmo ato, deixando clara a sua insatisfação. Coincidentemente ou não, desde então Rosberg vem guiando com sangue no olho e numa fase iluminada da carreira.

Além disso, no GP da China o alemão alcançou o recorde que ninguém quer ter, e que ele já não merece: o do maior número de vitórias na F-1 sem ter conquistado o título: 17 ao todo, uma a mais que Stiring Moss, o inglês tetravice entre 1955 e 1958.

Se serve de consolo ao alemão, outros dois pilotos chegaram provisoriamente a deter esse recorde, para depois se sagrarem campeões: Prost e Mansell.

Por tudo o que fez até hoje na carreira, e tendo dois dos maiores pilotos da história como seus adversários diretos (Schumacher, entre 2010 e 2012, e Hamilton desde 2013), Nico Rosberg já merece um título mundial há algum tempo, e parece que finalmente chegará a sua vez.

O campeonato de 2016, no entanto, será muito longo, com 21 GPs, e o melhor que pode acontecer para o alemão é a evolução da Ferrari e da Red Bull, que espera ansiosamente um upgrade nos motores Renault para o Canadá.

Se isso acontecer, Rosberg pode se ver numa situação muito semelhante à de 2009, em que Button venceu seis das sete primeiras corridas e, quando Barrichello começou a reagir, a Brawn já havia sido alcançada pela Red Bull, e começou a dividir os pontos. O detalhe é que Hamilton definitivamente não é Barrichello.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Torcida Única é a solução (Ou... a solução covarde...)

E vamos continuar acabando com o futebol porque as autoridades SÃO INCAPAZES de cumprir seu papel. Nesse domingo, em uma briga a 33Km (!!) do estádio, morreu uma pessoa (que não era torcedor de nenhum dos dois times) vitima de uma bala perdida disparada por animais que se travestem de torcedores.
E aí, como solução mágica: clássicos de torcida única. A decisão mais burra e covarde de um governo incapaz de fazer cumprir a lei. Como não conseguem (por que não conseguem mesmo?) punir "o" bandido, punem a população. E assim vamos cerceando as liberdades, em nome de nossa própria incompetência, falta de justiça e sensação de impunidade corrente...
Somos tão incompetentes que um dos 27 torcedores corintianos (!!) envolvidos na briga, um deles esteve envolvido na Tragédia de Oruro (lembra?). Aquela do torcedor boliviano que foi assassinado em um estádio de futebol por um rojão! E, mais uma vez, impunidade a todos....

Essa semana, em Goiás, a maior discussão é sobre as semi-finais do campeonato estadual, onde devem encontrar-se Goiás e Vila, uma das maiores rivalidades no estádio. Qual o comentário dos torcedores? "Não vou, porque tem muita violência". "Não posso levar meu filho porque só tem marginal no estádio".
Na verdade, como falou o mestre PVC (http://pvc.blogosfera.uol.com.br/2016/04/04/voce-pode-pegar-o-metro-para-ir-ao-estadio-nao-pode-e-sair-de-casa/), ir ao estádio você pode. Lá, as torcidas já brigam menos porque sabem que seus clubes são punidos. O problema é o caminho até o estádio...
E, enquanto isso, vamos afastando o torcedor de bem do estádio. Porque não sabemos coibir o ato em si, ou mesmo de identificar os mesmos marginais que sempre causam o que causam e resolver o problema.

Em alguns países, as soluções foram implementadas com sucesso: as torcidas são obrigadas a registrar seus membros e entregar nome,e ndereço, tudo a polícia. E seus dirigentes também são responsabilizados pelo ato de seus "filiados". Seria uma boa, não? Mas fazer isso, aqui? Nããããããão... dá muito trabalho. Melhor dizer que vai apenas uma torcida ao estádio e deixar o "pau comer" do lado de fora... 
ou melhor. Que tal proibirmos TODO MUNDO de ir ao estádio? Vamos ver só pela TV. Não ficamos todos mais seguros assim? É como o projeto de lei em Goiânia que quer fechar os bares a meia noite, para diminuir a violência. Melhor não deixar abrir, não?

Seguem alguns links interessantes sobre a discussão:

sábado, 26 de março de 2016

Transformando um belo início em uma (quase) tragédia Grega



Num jogo que se desenhava bem, com bela troca de passes, jogadores trocando posição e, pasmem, com Fernandinho fazendo a chegada como homem surpresa ao ataque, o Brasil abriu, de maneira fácil 2x0. E podia ter feito mais, dadas as fragilidades da zaga reserva do Uruguai.
Como somos eternos otimistas, começávamos: “Nossa, como esse time vai recuperar o futebol brasileiro”...
Até jogada ensaiada o Brasil mostrou, em uma cobrança de escanteio...
Aos 40s de jogo, 1x0, com bola belamente esticada por Daniel Alves para William, que limpou o marcador e cruzou para Douglas Costa, de ponta de chuteira.
Depois disso, Neymar perdeu bela chance, em jogada trabalhada de escanteio e chegamos aos 2x0 aos 25, em grande lançamento de Neymar para Renato Augusto, que fez uma finta de corpo e deixou Muslera sem “pai nem mãe” para fazer o segundo Gol (segundo Gol dele com a Amarelinha...).
Até então, nossos volantes saiam bem para o jogo e nossa zaga mostrava uma “leve” confiança. Criávamos espaço na fechada defesa do Uruguai e tínhamos chances, ainda que Neymar não atuasse na área, e sim voltando para buscar jogo...
Porém, como estávamos em Recife, onde paira até hoje o espirito NATIMORTO da batalha do Aflitos, nenhum jogo é ganho antes do final da peleja ou que sua mãe te chame para ir para casa que é hora do Almoço. O que vier primeiro.
E, aí veio o pecado. Ou a sequência de pecados. Um Uruguai dominado não é um Uruguai morto. E eles tinham Cavani e Suarez...
Em lançamento, típico de time que joga atrás, nossa zaga não acreditou na bola e, em falha coletiva e irritante da dupla “Luisz” do Brasil (David Luiz e Felipe Luis), o Uruguai chegou ao primeiro gol aos 39 do primeiro tempo. Lançamento, Sanchez cabeceia para trás (Filipe Luis, com o peso da alisada cabeleira a impedir sua saída do chão) e Cavani chega SOZINHO para diminuir, com David Luiz UMA HORA atrasado para pegar o trem daquele horário...
E vamos para o intervalo sob o signo da infâmia, sem saber o que a sorte nos traria no segundo tempo, já que o Dunga, COM CERTEZA, não traria nada...
Oscar Tabarez, do Uruguai, trocou um lento Cristian Rodriguez por Alvaro Gonzalez, visando fechar os espaços do primeiro tempo, além de reorganizar a marcação, colocando Cavani para travar as descidas de Daniel Alves.
E, assim como no primeiro tempo, tivemos um gol relâmpago no segundo. Já depois da primeira falha da zaga, em nova enfiada de bola, Suarez entra na área, pela diagonal somente com David Luiz em sua marcação. E, como esse é TRAUMATIZADO pela champions do ano passado (onde levou uma caneta que até hoje deve dar torcicolo...), nosso zagueiro que faz cover ruim de Valderrama NÃO divide a bola com Suarez e o uruguaio faz o segundo, em uma bola que ainda passou por baixo do Alisson, para completar a zica...
2x2 e um time bem perdido em campo.
Nesse momento, nossos volantes já não sabiam mais o nome de seus companheiros, Neymar e Douglas Costa continuavam a tocar melões um para o outro (não tem um passe que preste entre os dois, já viu isso?) e metade da população brasileira queria o Impeachment do David Luiz e a outra gritava pedindo pelo Golpe para tirá-lo pela força mesmo...
E, virou Suarez contra o Brasil. Enquanto esse fazia o que queria pra cima de nossa combalida zaga, Neymar e companhia ralavam para chegar em Muslera...
Entraram Philipe Coutinho, Ricardo Oliveira e Lucas Lima, no lugar de Fernandinho, Douglas Costa e William, respectivamente. E nada mudou...
Quer dizer... mudou. Em bola alçada no meio da área, David Luiz deu um PASSE de cabeça para Suarez sair na cara do gol de Alisson. E, naquele momento em que todos pensaram que a VACA já tinha ido para o brejo, o uruguaio consagrou o joelho de Alisson, ao chutar a bola contra sua perna e nos deixar felizes com o 2x2.
Terminamos o jogo com aquela ideia de que podia ter sido fácil se tivéssemos um técnico que soubesse O MÍNIMO do que está fazendo e se nossa zaga não fosse DENTE-DE-LEITE...
Ps: vale uma menção honrosa ao juizão da peleja. Um argentino sem noção, mais preocupado em conversar do que em dar cartões e que fez nossos juízes ruins ficarem com inveja. Ignorou um pênalti em David Luiz (acho que eu também ignoraria só porque era com ele) e deixou o CORO comer no segundo tempo, como se não houvesse amanhã...
Para o jogo contra o Paraguai, na terça, não teremos Neymar (Brasil jogando por uma bola nos pés de Ricardo Oliveira) e GRORIA A DEUS, David Luiz também não joga!!!!!!! Vamos ver o que nos espera em Assuncion...
Atuações:

  • Alisson – 7,0 (falhou no 2º gol, mas tem um joelho prá lá de sortudo...);
  • Daniel Alves – 6,0: Bom primeiro tempo, mas caiu no segundo, com a marcação de Cavani;
  • David Luiz – 3,0. Alguma vontade e nenhum senso de posicionamento ou cara de zagueiro (saudade do Aldair... Zagueiro tem que fazer cara feia!);
  • Miranda – 5,0. Ainda não me passa a segurança devida... tem crédito, mas talvez precise de alguém melhor ao lado;
  • Filipe Luis – 4,0: esse só deve estar na seleção porque é amigo de alguém. Como o Dunga pode ter birra com o Marcelo pra deixar esse cara jogar???
  • Luiz Gustavo – 5,0: Muita vontade e nenhuma saída de bola. Do sistema defensivo, talvez tenha sido o melhor, mas cometeu muitas faltas bobas.
  • Fernandinho – 6,0: se soubesse dominar a bola seria um craque.
  • William – 7,0: sempre bom no apoio, mas, como todo o time, sumiu no segundo tempo.
  • Renato Augusto – 8,0: o melhor em campo (do Brasil). O único que pensa o jogo, distribui e se posiciona pra receber. Ainda fez um gol que entristeceu a FAMILIA Muslera.
  • Douglas Costa – 7,0: mais uma vez, marcando e com muita força. Falta aprender a tocar a bola para o Neymar;
  • Neymar - 5,0: Me dá uma impressão de estar deslocado de posição. Ter que armar as jogadas, como um camisa 10 não é a dele. Tem que jogar mais perto da área, e não vir do meio carregando a bola. E, quando as coisas não vão bem, se mostra incomodado e irritado. E isso o suspende do terceiro jogo em 6 das eliminatórias...
  • Dunga – 4,0: e essa nota é só pelo primeiro tempo. Sua insistência com David Luiz e a birra com Marcelo estão cobrando seu preço. Além disso, não sabe mudar o jogo e pensar em alternativas...