quarta-feira, 18 de maio de 2016

Tirando a poeira da estante - Planetary


Estranhos heróis em um estranho mundo.

     Ave Senhores!

     Em uma pequena visita a uma livraria com a patroa há algum tempo, me deparei com uma edição desta fantástica obra. Como já havia lido anteriormente mas ainda estava querendo um material pra escrever esta coluna (a qual escrevo aos senhores neste exato momento (exato momento para mim, mas para os senhores serão tempos variados (parentesesception))), resolvi voltar a estante e retirar dela este clássico e debulhar alegremente a merecedora história, então segurem-se mas sem preocupar-se, pois tentarei ser alheio a prática dos spoilers, então vai ser um review bem curto, só pra matar a saudade de escrever.

Desenho tão detalhado quanto a trama.
     Como tudo o que irá permear a trama, o ponto de partida é um mistério. Um encontro marcado em meio a um deserto, um homem velho que toma café sujo, maltrapilho e desmemoriado é abordado por uma jovem uniformizada para que lhe seja feita uma proposta... A partir daí, somos apresentados a uma série de acontecimentos fantásticos, casos e mistérios que passo a passo se juntam para formar um cenário final que me arrancou um feliz putaqueopariu ao fechar a revista. O roteiro é bem trabalhado, dividido em pequenos arcos e cada uma das histórias impressiona por sua originalidade, apesar de beber e se fartar da fonte de várias outras editoras e personagens. Muitos irão notar heróis genéricos que poderiam se encaixar bem naquelas (na minha humilde opinião) divertidíssimas histórias em que um já consagrado herói era colocado em outros universos. Um exemplo é Jack Carter, que ao que parece é uma cópia em papel carbono do Constantine, tanto que ao ler o camarada parece que até o sotaque britânico já lhe vem no fundo do crânio.

Jack Carter, JC pra galera, John Constantine pros íntimos.
     Essa mistura é uma homenagem aos quadrinhos de modo geral, e se encaixa na revista como maionese no feijão (não me julguem), deixando durante a leitura a divertida tarefa de encontrar e se lembrar de todas as referências ali presentes. Os personagens principais, Elijah Snow, Jakita Wagner e O Baterista, se tornam logo no início o time encarregado de investigar, catalogar e resolver os mistérios apresentados a organização Planetary, cujo mote é: "É um mundo estranho, vamos mante-lo assim."...

Snow, o Elijah, não o Jon
      Elijah é um personagem interessante, já de certa idade que apresenta capacidades sobre-humanas (que acho que vale deixar para o leitor descobrir), nascido no dia 1 de janeiro de 1900 e ele próprio um dos mistérios da trama, os "Century babies". Chamado logo no início, sem todas as suas memórias e vivendo em um deserto, é trazido de seu exílio para ser parte do Planetary e servir ao "Quarto Homem" (mais um mistério) ao lado de Jakita e Baterista.

Miss Jakita herself
     Jakita é o Tanque da equipe, com força e velocidades bem acima do ser humano comum. É ela quem recruta Elijah de suas férias, acabando com a "aposentadoria" do velhote. Até certo ponto da história suas origens são (mais) um bem-vindo mistério, mas em certo ponto somos apresentados ao seus princípios e como todos os personagens deste trama, vemos que ela também é mais uma parte do quebra-cabeça.

Buh!
     Baterista é o hacker da equipe, mas obviamente não um qualquer. Capaz de visualizar e alterar informação conforme sua vontade somente com suas baquetas. Informação inclusive no roteiro todo é uma parte importante da trama (trazendo talvez algumas licenças poéticas de teorias de física quântica) e deixando bem clara a motivação da busca pelo conhecimento durante a aventura.
    Escrito por Warren Ellis, desenhado por John Cassaday e publicado pela DC (pelo selo WildStorm), é uma leitura boa pra se ter na estante. Sempre que bate aquela saudade tiro da estante pra dar aquela relida marota de fim de tarde, mesmo já sabendo de todas as voltas e reviravoltas da trama, porque toda vez que leio encontro algo novo, tamanho é o mundo criado pelos autores.

Pra quem quiser tirar o escorpião do bolso (pena que não somos pagos pra isso):

P.S.:Aos leitores de ficção científica, há uma referência fantástica a "Encontro com Rama", que não peguei na primeira leitura, mas meu lado Nerd gritou como uma menininha quando percebi.

Flw, vlw, obg e até mais
     

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