terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Tirando a poeira da Estante - Batman: Asilo Arkham

     Houve um tempo em que eu era leitor assíduo de sites, blogs de notícias (e scans, AHOY! lobo do mar! Gancho na mão e tapa olho na cara) e acompanhava religiosamente todas as notícias dos meus personagens favoritos. No entanto em uma pequena viagem a um sebo muito conhecido, acredito de todos os meus companheiros moradores da Asa Norte de Brasília, encontro uma pequena pérola chamada "Batman: Asilo Arkham". A capa bagunçada e cheia de recortes estranhos me fez duvidar de que aquilo era um gibi do Batman, mas estava escrito na capa então resolvi acreditar mesmo com o danado dentro de sua gaiola plástica na estante do sebo. Achei estranho nunca ter me esbarrado com uma capa tão distinta, e apesar de minha memória fraca e falha achei que se tivesse visto antes iria me lembrar.
Surrado e intrigante
     Quando li pela primeira vez, mandei um alto e sonoro PUTAQUEOPARIU, e voltei na capa somente para perceber do que se tratava o título "Uma séria casa num sério mundo" bem estampado e ainda assim escondido no meio da bagunça que é essa arte maravilhosa.
     Sempre vi as histórias do Batman (pelo menos as que considero melhores) como um ode á loucura, opinião já batida aí por milhões de leitores e fãs e que em minha humilde análise de merda é completamente corroborada por esta citada obra.
     Na trama, deu a louca na turminha do asilo e os detentos resolvem aprontar altas confusões na Sessão da Tarde, sequestrando toda a folha de pagamento da instituição que, pasmem, estão sendo mantidos vivos apenas pela benevolência e controle do Coringa sob os outros alucinados lá internados, em um bom roteiro que é cortesia do grande Grant Morrison.
     O Cavaleiro das Trevas é então chamado para resolver a situação (porque o Batman não tenta, o Batman faz), mas já sabendo que é esperado pelos vilões que requerem sua presença após (como era de se esperar) fazer várias e absurdas requisições à polícia. O herói vai então sozinho ao Asilo para se debater com a nata do seu Hall de inimigos, já devidamente preparados para a sua chegada. Na minha última leitura percebi que um dos seus pontos fortes da obra é a análise de cada um deles, mostrando o que passam durante o seu tratamento e detalhes intrigantes sobre as suas falhas de caráter e doenças mentais sob a luz de um dos psicólogos responsáveis pelos seus tratamentos.
     Em paralelo às desventuras do embate entre o bem e o mal, somos também apresentados ao fundador da Instituição Amadeus Arkham, em sua jornada de psicólogo bem sucedido até o final trágico como paciente de seu próprio Asilo após a perda de sua família de um modo brutal, tendo relação direta com o seu trabalho como médico. O Asilo por ele fundado guarda alguns dos seus terríveis segredos, e mesmo após a sua morte é o gatilho da história principal, que acontece décadas depois.
     Ao longo da trama, vemos que apesar de herói e força a serviço de um bem maior, Batman quase se perde ao longo da história, tendo sido vítima também de um trauma que o fez se "transformar" em um ser da noite, começa a se "identificar" com os pacientes do Asilo, sendo ele mesmo já consciente de sua própria "loucura" (muitas aspas, heim filho).
     Em um desfecho interessante, vemos até onde o filho favorito de Gotham está disposto a chegar para resolver a situação, jogando novamente na loucura um de seus já quase curados inimigos.
Dois lados de uma mesma moeda?!
     A arte é bem sinestética, com Dave Mckean transformando a revista inteira quase numa alucinação com traços errantes e por vezes um cenário quase inexistente. Não vejo de forma alguma estilo mais apropriado para uma temática tão complicada. Acredito que podem até tentar, mas jamais vão conseguir fazer novamente um Coringa tão aterorizante, nem tão visivelmente insano quanto o mostrado através do traço deste artista.
To com medo, papai...
     Tão insano que protagoniza uma cena que jamais pensei ver desenhada, aonde logo no começo o Palhaço do Crime tem a coragem de apalpar os glúteos do Morcego. Sim, você leu certo ( ͡° ͜ʖ ͡°).
Andou malhando?
     Batman, da mesma forma é retratado como uma figura extremamente sombria, literalmente quase uma sombra. Na maior parte dos desenhos, vemos apenas uma silhueta de sua forma icônica e até os balões utilizados para retratar as falas de cada um dos personagens é mostrada diferentemente, acentuando ainda mais a caracterização dos mesmos.
     Confesso que quando ouvi dizer que iriam fazer um jogo do Morcego cruzei os dedos para que fosse utilizado este roteiro, mesmo sabendo que o lançado é bombagarai, tinha esperança de que esta singela história pudesse encontrar o seu caminho através de outra mídias. Não custaria a DC fazer com que entre as suas recentes ótimas animações pudesse figurar mais esta, talvez como um thriller psicológico animado. Acredito piamente que em suas fileiras tenham artistas mais do que competentes para tal.
     E enfim, ao fim da história, somos lembrados da reticente relatividade que é a sanidade e que a lógica que rege as mentes loucas (para elas) é a válida e que para os internos dos hospício, o Asilo fica é do lado de fora...
Aquele sincero e profundo frio na espinha...
     Mais uma vez me despeço, e se alguns dos que se aventuram a ler o nosso blog quiserem podem deixar aí nos comentários sugestões ou pedidos para que possamos falar aqui. Lembrando que nós aqui do blog somos todos pessoas ocupadas, trabalhadoras, e responshehe... , hahashuaehasuhahahahaha... Desculpem, não aguentei, agora é sério, hehehe. Na medida do possível estaremos estando atualizando a página, e caso os senhores tenham sugestões, basta deixar nos comentários :), é de grátis.

Permaneçam "sãos" e até a próxima,
Câmbio e Desligo

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Tirando a poeira da estante - Marvels

Marvels, free as a bird (música na cabeça agora ON)

Senhores!

     Deixei juntar poeira de novo, porém em tempos de extrema falta de tempo como estou, atarefado até o pescoço faço o que toda pessoa sã faria: dar uma parada e escrever no blog que não é obrigação com a produtividade mas é com a minha sanidade.
    Volto aqui hoje com a prometida conversa sobre a obra intitulada "MARVELS", do fantástico trio: Kurt Busiek na bateria (brincadeira, no roteiro), Alex "the man" Ross no desenho e edição de Marcus McLaurin que deixa em cada pagina a certeza de ser uma equipe de extrema competência.
      Li tem tempo, um pouco após entrar na faculdade entre uma lapada ou outra dos estudos, porém a edição original é de 1994, dois anos antes da outra obra, esta mais conhecida de Ross: "Kingdom Come" pela DC, igualmente foda, porém essa fica para outra ocasião mas fica a promessa de entrar também na fila da sessão.
     Não preciso dizer da arte deste senhor, da qual sou fã já confesso nesta coluna e que novamente impressiona cada vez que abro as páginas de suas obras e vejo o realismo com que são retratados os heróis e seus colantes, dando ainda mais credibilidade a qualquer história por ele ilustrada.
     Roteiro também caprichado, Busiek nos traz uma história que se estende por várias décadas, acompanhando a trajetória de Phil Sheldon, um fotógrafo de Nova York que em início de carreira vê sua vida transformada com a aparição das "maravilhas", nome dado por ele mesmo aos superseres que são agora parte do seu cotidiano. A primeira maravilha que cruza o seu caminho é o "Tocha Humana", que para a minha surpresa em leitura inicial, nada tem a ver com a sua contraparte mais conhecida do Quarteto (uma pequena observação: Que filme lixo, putaqueopariu), e que na realidade é um andróide. Criado pelo cientista Phineas Horton, causa comoção e indignação quando mostrado à sociedade, trazendo de cara não emoção, insipiração e maravilhamento, mas sim medo de uma criatura que a mente humana ainda não conseguia, e por muito tempo ainda não conseguiria, compreender.

Tá errado esse negócio ae
     Ross sempre foi um artista ligado nos detalhes, e nos deixa em várias páginas alguns easter eggs divertidos, como por exemplo na imagem dos jornalistas acima a visão de um trio bem conhecido da DC Comics (passe o olho mais atentamente para ver Clark, Lois e Jimmy).
     O primeiro volume cobre uma parte da vida do Jovem Phil, deixando bem claro que será ele quem irá conduzir a história e que passaremos toda a jornada enxergando através de seu olho de fotógrafo. Sua vida entrelaçada com as maravilhas e feitos das caras mais conhecidas do mundo Marvel, sempre mostrando algo que não vemos nas grandes sagas já mostrados nos quadrinhos. Acredito ser esta visão que mexa mais com o leitor, quando entre enchentes e invasões alienígenas não vemos o herói que voa mostrando os seus poderes e tirando as pessoas de perto dos perigos, mas sim a do homem que está abaixo do céu, admirando e testemunhando batalhas das quais não poderá nunca fazer parte a não ser no papel de vítima. A grande inovação deste título, é fazer dos heróis antes protagonistas, agora coadjuvantes.
    Após a primeira aparição do Tocha Humana, vamos sendo apresentados aos vários heróis das eras antigas da Marvel, como Namor, Capitão América e amigos (alguns vingadores que se fossem mostrados aos jovens de hoje, acredito não conseguirem tanto reconhecimento), e em meio a aspirações de Phil de se tornar um fotógrafo de Guerra, vemos a sua relutância em deixar um local aonde tantas coisas incríveis acontecem. Tudo isso tem grande impacto em sua vida tanto pessoal como profissional, e não só para nosso protagonista mas também para todos a sua volta, como a namorada com quem pretende se casar, e o conflito de saber que sendo apenas um passageiro da história não poderá garantir a proteção de sua futura família.
Cria vergonha nessa sua cara, moleque..
     Os volumes se passam e Phil continua sua carreira como fotógrafo das Maravilhas, agora completamente embrenhadas na sociedade, prestando o serviço honroso de retratar os feitos dos Heróis, mas deixando sempre um olho atento às consequências das batalhas e catástrofes das quais participam. Em seu caminho vários personagens são mostrados, como o "bostinha" do Peter Parker (na minha edição, se me lembro bem era esse o adjetivo usado), Jonah J. Jameson, amigo próximo de Phil e retratado como o Barulhento editor, mas também como jornalista incansável e fiel aos princípios de verdade da profissão (a mesma visão dada em algumas edições pelos roteiristas do Demolidor), pelo menos em alguns momentos, visto que J.J. tem a visão oposta de Phil em relação as "maravilhas".
Os dois lados de uma mesma moeda
     Particularmente, uma parte que sempre me pega são suas interações com os mutantes, como sempre uma metáfora ao racismo, emulando na sociedade o medo inicial dos heróis juntamente com o preconceito, mas multiplicados pela perspectiva cruel e fatalista da substituição da Humanidade pela raça que alcançou o próximo estágio da evolução natural (ou nem tanto, já que são os "filhos do átomo"), que em verdade é visto e vivido por Phil tanto do lado dos mutantes quanto do lado da massa preconceituosa, talvez elucidando o leitor quanto a verdadeira função de um observador que é avaliar a história de ambos os pontos de vista. 
Os Marvetes tudo chora...
     Fãs do aranha, que aparece em alguns momentos, irão gostar da visão mais próxima de Gwen Stacy por Phil, que transparece a indignação talvez emprestada dos fãs direcionada ao evento de sua morte. Um pequeno adiantamento do futuro de Phil, pra quem quiser ler, aqui. Só pra constar mesmo, visto que eu particularmente acredito que em poucas ocasiões valha a pena liberar spoilers.
E assim se segue a história, também um apanhado de todos os eventos mais importantes do Universo Marvel (até a data), talvez uma celebração de tantos anos de bons contos de já sagrados personagens e visto como anda a industria de quadrinhos hoje, em meio a reboots a e guerras civis possa servir também como memorial de épocas em que a dita indústria maravilhava de formas mais simples e talvez até mais filosoficas, pois em meio as poucas procuras feitas por este que vos escreve de títulos semelhantes, não encontro mais obras deste calibre, ao menos pelas editoras que dominam o mercado (estou de olho em vocês, Marvel e Dc). Estando eu errado, lembro que a seção de comentários é sempre aberta e que estamos ávidos pelas palavras de retorno de nossos poucos porém (acredito eu) fiéis leitores.

Um pequeno anexo:
a arte de Ross com as referências que ele utiliza para os seus fantásticos quadrinhos, e aqui um pequeno apanhado dos artistas que usou já como referência:
Voando na mesinha de centro. Quem nunca?
Já dançou com o demônio sob a pálida luz do luar?

Fechamos então.

A vida chama, vamos embora que é segunda e o pão de cada dia não se ganha sozinho.

Uma semana curta e próspera para todos,
até a próxima, que espero ser breve


Pra quem quiser comprar:
Amazon (Malditos dólares)

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Notícia foda/bizarra do dia: Chewbacca preso ao fazer propaganda política para candidatura de Darth Vader para prefeitura de cidade da Ucrânia

Não, não é brincadeira

     Darth Vader está concorrendo a prefeito de Odessa, na Ucrânia. Um homem que adotou o pseudônimo do Lorde dos Sith está registrado como candidato as eleições da cidade. Seu cabo eleitoral (aparentemente depois de terem resolvido suas diferenças) é nada menos do que o Wookie Chewbacca, que foi preso ao exercer sua função. 
         Se Darth Vader vier ser candidato aqui, pode esperar o meu voto, porque as alternativas estão escassas (O camarada conseguiu fazer quase duas estrelas da morte em seu mandato intergalático, e você aí achando foda aquele politicozinho seu que mal tapou os buracos da rua em 4 anos).

Podem tirar a minha vida, mas jamais irão tirar a minha Liberdade de expressão!!!!!
Mais informações quentinhas na fonte. Voltamos agora a programação normal.

Fonte: bbc.uk

terça-feira, 20 de outubro de 2015

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Turma da Mata: Muralha - Uma Excelente Surpresa!

Já confesso que, de início, quando encontrei essa Graphic Novel da MSP na banca de revistas, me impressionei com a capa. Como eu estava por fora nesses últimos tempos (com a vida corrida no trabalho, já fazia uma vida que eu não publicava nada...), eu nem tinha lido sobre essa HQ. Na verdade, em dezembro, no anuncio da MSP sobre os projetos para esse ano, eu já sabia que viria, mas não sabia quando.
Então, eis que, buscando Homem-Aranha e Batman, me deparo com essa belezinha aqui abaixo:

Como eu não tinha visto nenhum preview dessa história, fui quase nocauteado pela beleza da capa. E, pela repaginação dos personagens da Turma da Mata.
Cabe aqui uma breve descrição pra quem possa não se lembrar: a Turma da Mata é uma turma “liderada” pelo Elefante Mais Famoso do Brasil, como dizia um slogan de um molho de tomate, o Jotalhão. Um simpático elefante verde, extremamente da paz, junto com seus amigos: Coelho caolho e seus 134 filhos, Raposo, Tarugo – um cágado, como ele mesmo já deixou claro! –, Rita Najura, Rei Leonino e o sempre figura ministro Luis Caixeiro. Nas hq’s comuns, esse pessoal vive sua rotina no distante reino da mata, enfrentando, vez ou outra, um caçador meio perdido ou os mandos e desmandos do rei ou mesmo encarando as tentativas de romance entre Rita Najura e Jotalhão.


E, dado esse contexto, ao folhear a revista, vi que o grupo Roger Cruz, Davi Calil e Artur Fujita (autores da HQ) havia feito um excelente trabalho! Isso porque, admito, não tinha grandes expectativas com essa revista. Afinal, o que uma turma tão ordeira poderia render em uma Graphic Novel? E, lendo a história, percebi que os autores tinham me derrubado de longe em meus prognósticos. Isso só mostra o quanto o trabalho do Editor Sidnei Gusman e do pessoal da MSP na escolha dos autores vem merecendo elogios...
Sem dar spoilers, mas falando de alguns detalhes, transformaram uma turma pacata em uma situação de conflito e superação, com ares de batalha de super-heróis e vilões, das mais impressionantes dos últimos tempos. A começar pelo motivo da disputa (que pode ser visto facilmente no dia a dia das nações e como a ganância transforma até amigos em inimigos).
Uma menção a parte deve ser feita a colorização dessa HQ! Sendo sincero, NUNCA reparei nessas coisas. Também não conheço autores por nome (a não ser o Alan Moore, Neil Gaiman e o Todd McFarlane) e nem desenhistas ou coloristas. Por isso mesmo, posso afirmar que essa colorização te pega durante toda a HQ, em um trabalho belíssimo.

Voltando a história, temos uma batalha muito bem construída entre a turma da mata e o Rei Leonino e seus soldados. E, na busca pela solução dos conflitos, temos várias lutas, e personagens repaginados de tal forma que chamam a atenção: O Coelho Caolho realmente é caolho (na hq em seu formatinho, ele só usa óculos!) e invocado, o Raposo é o líder atual da revolução, enquanto o Tarugo é o gênio cientifico (quase um Homem de Ferro!). Sem contar a Rita Najura que ficou muito bem no papel de espiã...
Junte todos esses ingredientes e você tem mais uma Graphic Novel da MSP executada com muito brilhantismo e qualidade, que te prende na leitura do início ao fim. E, diferentemente de outras publicações da MSP, essa não me prendeu pelo lado emotivo, mas pela ação, o tempo todo. E, óbvio que não estou reclamando de histórias mais emotivas, como as lindas Laços e Lições, dos irmãos Caffagi, mas faz um tempo que eu esperava algo com mais ação, como foi a primeira história do Astronauta, Magnetar.
Resumindo, acho que vale DEMAIS a leitura de Turma da Mata: Muralha!

PS.: Para quem também é tão desavisado quanto eu, fica ai a dica: em Novembro, teremos a GN “Louco”, de Rogério Coelho. 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Não leio só Gibi - The Martian


    Eis que em meio a alguns trailers me deparo com um interessante, o tal de "The Martian", com Matt Damon e dirigido pelo mothafocka Ridley Scott. Lembra de quando você estava no shopping, de mãos dadas com seus pais ou irmãos e de repente a mão se soltou, eles foram embora e você ficou ali parado, com cara de "fodeu", sem saber o que fazer? Substitua o shopping por Marte, seus irmãos por uma trilpulação e as pessoas por pedras e é mais ou menos disso que estamos falando. 
     Baseado na obra homônima de Andy Weir, o livro relata os dias de Mark Watney como astronauta deixado para trás no planeta, dado como morto após uma missão em Marte que tomou rumos inesperados. Cara de muito bom humor (que rende algumas situações em meio a um clima tenso de sobrevivência em um lugar inóspito tiradas magníficas, ao menos para a mente que controla o corpo que vos escreve este texto) resolve após a constatação de sua inevitável situação que deve sobreviver a todo custo, encarnando com todas as letras um McGuyver astronauta de primeira linha.

"I'm going to have to science the shit out of this."

     Não dá pra dizer muito além da sinopse sem que os malditos spoilers apareçam, mas o que se pode dizer é que a obra literária diverte bastante, além de ter seus ótimos momentos de tensão e humor, cálculos matemáticos e novas unidades de medidas (como a conversão de unidades de potência de nome ridiculamente extenso para ninja-piratas, elucidando o realismo do péssimo senso de humor dos engenheiros). Devo confessar em certo ponto que ri litros com o momento abaixo: SPOILER, selecione com o mouse para ler:

Quando a NASA descobre que o astronauta está vivo, antes que ele mesmo saiba, um psicólogo faz conjecturas sobre o seu estado mental e sobre os estresses e pensamentos sombrios que se passam em sua mente e somos brindados com a seguinte pérola da cabeça de Mark:
"Como o Aquaman consegue controlar Baleias!? 
Elas são Mamíferos. 
Isso não faz o menor Sentido!!!"

FIM DO SPOILER.
     Além de ser então um livro divertidíssimo, ao qual dediquei aproximadamente uma semana de leitura esparsa entre compromissos (acredito que leitores mais ávidos conseguirão terminar o livro em algumas horas), fica aquela sensação de querer mais. O autor escreve bem, sem muita enrolação além das óbvias explicações científicas que são necessárias a obras deste tipo mas que não cansam e com o bom humor do personagem são devidamente apreciadas como parte desta ótima história.
     Em alguns momentos confesso que entre uma espera e outra torci para que não chegasse a minha vez na fila só pra conseguir ler mais algumas páginas ¯\_(ツ)_/¯.

Imprima e cole em cima da sua mesa para melhor motivação.

     A novela em si foi publicada em capítulos no site do autor, de acordo com o próprio por ter sido recusado várias vezes a ter uma versão impressa por parte de editoras, porém com as facilidades permitidas hoje pela nossa fantástica rede de computadores e por requisição de seus fãs, criou uma versão digital na Amazon e a mesma vendeu e se espalhou mais do que pornografia no Whatsapp, chamando a atenção das mal fadadas Editoras e do Estúdio de cinema FOX. 
     Agora feche as cortinas da sua casa, sente no sofá, e coloque esse trailer em uma tela gigantesca pra tocar por pelo menos umas 5 vezes. Vale a pena:

Depois, faça o favor de comprar o livro.


Ficha Técnica:
Nome: The Martian
Autor: Andy Weir
Nota: 9.5/10 

(fiquei com vergonha de dar 10 porque sou um cara muito bonzinho)


domingo, 20 de setembro de 2015

Faltou combinar com os vermelhos


O GP de Cingapura teve a usual combinação de safety cars, luzes inacreditáveis, poucas ultrapassagens audaciosas garantindo a única ação digna de nota na pista, e Sebastian Vettel no alto do pódio no início da segunda perna asiática da temporada.

Apesar disso, foi a corrida mais estranha de 2015, pela surpreendente perda de performance da Mercedes, com Rosberg largando em sexto e chegando em quarto, e Hamilton abandonando por falta de potência.

A expectativa para o fim de semana era de mais um passeio prateado, e com Hamilton alcançando três marcas incríveis: o recorde de poles consecutivas da Williams (24), de Senna (8) e de vitórias na carreira de Senna (41).

Mas, como diria Garrincha (e profeticamente repetido por Flávio Gomes nos comentários pré-GP), faltou combinar com os russos; nesse caso, com os vermelhos.

Desde a classificação, Vettel só foi ameaçado por seu ex-companheiro de Red Bull, Daniel Ricciardo, e venceu a corrida de ponta a ponta. Com isso, o recorde de poles dificilmente será igualado pela Mercedes, e Hamilton terá de esperar até Suzuka para conquistar a mítica 41ª vitória, e até 2016 para superar as oito poles consecutivas do brasileiro.

Pódio da Corrida de Cingapura 2015
Ao invés disso, quem deixou nosso querido Ayrton para trás foi Sebastian, com sua 42ª vitória, e agora só Alain Prost, com 51, o separa de seu ídolo Michael Schumacher na lista dos maiores vencedores da categoria.

Mas o que chamou a minha atenção foi a superação de uma marca bem mais modesta. No sábado, Vettel conquistou a primeira pole em três anos (e primeira no seco em cinco anos!) da Ferrari, igualando o desempenho de Wolfgang Von Trips, primeiro alemão a vencer corridas na Fórmula 1, que morreu em 1961, enquanto liderava o campeonato que acabou vencido por seu companheiro Phil Hill.

Von Trips conquistou suas duas vitórias e sua única pole na categoria pela Ferrari, e é o longínquo antecedente da espantosa invasão germânica que começou nos anos 1990 com Schumacher.

Quem começou a assistir à categoria depois da morte de Senna dificilmente acreditaria que, até 1991, a Alemanha só tinha três vitórias (além das duas de Von Trips, uma de Mass em 1975); hoje tem 155, e onze campeonatos.

É verdade que a Ferrari sempre se deu bem com os seus vizinhos transalpinos, com os austríacos Lauda e Berger honrando as cores de Maranello nos anos 1970 e 1990, mas hoje é impossível ouvir o hino alemão sem esperar, em seguida, o italiano.

A primeira vitória de Vettel na Fórmula 1, no GP da Itália de 2008, guiando uma Toro Rosso, foi um sinal de que essa sequência voltaria a ser ouvida no final dos Grandes Prêmios.

Com a terceira vitória, Vettel supera Von Trips na lista dos alemães vermelhos, iguala o desempenho de Schumacher em sua temporada de estreia na Ferrari, e conquista de vez o coração da equipe com seus astutos, mas nem por isso menos sinceros, agradecimentos em italiano pelo rádio.

Como já disse algumas vezes, Vettel já é um dos maiores da história, e só falta superar um teste, que é o de enfrentar um companheiro de equipe realmente cascudo, como Ricciardo em 2014, e levar a melhor. Mas nem mesmo Schumacher teve esse desafio, e nem por isso deixa de ter o valor reconhecido. Senna x Prost, Piquet x Mansell, e Hamilton x Alonso são bons exemplos de que esse confronto, além de muito raro, é muito arriscado para as equipes.

Vettel não deve superar as 72 vitórias de Schumacher na Ferrari, até porque, se o fizer, alcançará incríveis 111 vitórias na Fórmula 1, vinte a mais que seu ídolo, o que não parece possível nem para os tifosi mais ensandecidos.
Vettel já era um fã de Schummi... e hoje, vem ganhando o espaço do Hepta campeão no coração dos Tifossi
Além da importância histórica, a vitória da Ferrari reabriu a disputa do campeonato. Vettel tem 49 pontos a menos que Hamilton (duas vitórias de diferença), e, faltando seis corridas para o final, ainda dá para sonhar alto, embora tudo indique que, em Suzuka, a Mercedes voltará ao desempenho avassalador do resto da temporada. Mas, de novo, falta combinar com os vermelhos.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Independência e democracia Rubro-Negra

Olá amigos, hoje, sete de setembro, não vou tratar diretamente do futebol rubro-negro. Não falarei da péssima campanha do returno, nem da insistência de Mancini com Marcelo Mattos e Pereira, nem muito menos da ideia dele de poupar Escudero para o jogo contra o Criciúma lá em Santa Catarina. Hoje o assunto vai ser relacionado à independência do Leão, as eleições diretas.

Vamos lá, no final de 2014, um grupo de torcedores, intitulado Vitória Livre, iniciou o processo de recolher assinaturas dos sócios para convocar uma assembleia geral que tratasse da forma como as eleições ocorrem no rubro-negro baiano. Foram recolhidas mais de mil assinaturas, mas como a transparência no Leão é tão real quanto uma nota de R$3,00 e a lista de associados só é disponibilizada por meio de mandatos judiciais, a nossa diretoria (ou seriam os donos do Vitória?) alegou que de todas as assinaturas haviam cerca de duzentas legíveis e em condições de solicitar a assembleia geral (sócios com 18 meses ininterruptos ou mais), número que não alcançava o mínimo de 25% dos sócios para convocação da AGE.

De todo modo, em Dezembro/14, o conselho do Vitória criou uma comissão para tratar do assunto, e estabeleceu o prazo de seis meses para que fosse apresentada uma proposta de reforma do estatuto, com foco nas eleições diretas para presidência do Leão. Acontece que esta comissão não se reuniu uma vez sequer desde que foi criada, o que demonstrava o interesse daqueles que comandam nosso time em abrir o mesmo.

Em Junho/15, mais precisamente no dia 06, quando o assunto estava mais uma vez o auge, com a diretoria sendo pressionada por todos os lados pelos torcedores e grupos de oposição, aconteceu uma assembleia geral consultiva (ainda não é a que a torcida quer, esta serve apenas para fazer consultas.) e nela ficou definido que a comissão de reforma do estatuto, aquela mesma que foi criada em dezembro para entregar uma proposta em maio e não se reuniu uma única vez, deveria apresentar um pré-projeto de alteração estatutária até o dia 28/09/15 (isso, daqui exatas três semanas, 21 dias!) e que no dia 26/10/15 aconteceria uma assembleia geral DELIBERATIVA para decidir as mudanças a serem feitas no texto do estatuto rubro-negro.

Acontece que, desde a realização da AGE do dia 06, o assunto ficou praticamente esquecido tanto por parte de alguns torcedores, como por parte da imprensa. E até este momento o assunto “reforma do estatuto” continua obscuro para a torcida.
Temendo que mais uma vez aqueles que comandam o time se utilizem do esquecimento do torcedor e da imprensa sobre o assunto, ou que utilizem a desculpa de que “para não tumultuar o ambiente do time que está lutando por algo na série B”, o grupo Vitória Livre, voltou a recolher assinaturas de sócios (dessa vez usando como parâmetro a lista de sócios divulgada pelo clube em 29/05, após determinação judicial), visando convocar uma assembleia geral extraordinária para que seja debatido e votado assuntos relativos às eleições do Vitória.

Alguns pontos que o Vitória Livre pretende discutir em AGE são:
  • Eleições diretas e proporcionais para presidente e conselho;
  • Tempo de associação para ter direito a voto;
  • Tempo de associação para ter direito a ser candidato ao conselho e a presidente;
  • Quantidade de conselheiros;
  • Transparência obrigatória.
Texto do abaixo-assinado o Vitória Livre
O abaixo-assinado encontra-se, em dia de jogo, na entrada do portão do SMV e nos outros dias no restaurante Pirão, situado na Rua Professor Cassilandro Barbuda, 714 - box 1 - Costa Azul. O restaurante fica aberto das 8:30 às 16:00h. Você, sócio com mais de 18 meses, não deixe de assinar o pedido de convocação para a AGE e contribua com este que será um momento histórico para o nosso clube. Lembrando que o grupo Vitória Livre é um grupo de torcedores em busca da democracia, independente da corrente política de cada um. A meta é democratizar o Leão e não necessariamente, comandá-lo. O único dono do Vitória sempre deverá ser o seu torcedor.



Abraços e até a próxima.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Sobre Adultos e HQs


     Existem sempre aquelas épocas mais saudosas de nossa infâncias, aonde as lembranças mais marcantes das nossas rotinas e nossos gostos se afloram sempre que nos recordamos deste período quando tudo era (um pouco) mais fácil, nossas preocupações eram menores e o que tínhamos de mais valioso muitas vezes cabia dentro de uma caixa de sapatos. Muitas vezes dentro destas caixas, dentre trocas e vendas se encontravam aqueles pequenos livros de papel, surrados e maltrapilhos, já gastos de tantas boas lembranças passadas a minha geração. Foram muitas as revistas que passaram pela minha meninice, vários personagens que até hoje considero obras-primas, não só pela adição ao entretenimento de minha versão mais jovial mas também pelo sucesso que faziam entre os meus pares, amigos e familiares.

Dentucinha e sabichona

      Turma da mônica em primeiro lugar, Revistas da Disney e algumas satélites eram as melhores de todas, mas eram as que puxavam para novas leituras, sendo sempre as mais lidas apesar de parecer haver uma certa polaridade dependendo da região, dentre os conhecidos com quem o assunto já esteve em pauta.

Não, Não tem o Bátema nem o Superómi

       Eis que crescemos (ao menos em idade) e os gostos mudam (evito dizer evoluir por motivos que espero serem óbvios) e continuamos em busca deste material fantástico, mas agora com mais ação, filosofia (e claro, talvez alguns peitinhos) que são coisas que interessam a uma mente que agora tem que se preocupar com espinhas. Partimos então para os Supers: Marvel vs DC numa briga que se hoje ainda é férrea, na época deste humilde escritor já polarizava opiniões nas rodas de discussões, aonde aquele amigo que dizia que o Batman era da Marvel era sempre devidamente zoado, e chegava em casa para fazer a lição de casa com o gibi enfiado dentro do livro da escola e aprender não as matérias, mas o personagem (Quem nunca? Peço aos leitores que por favor me deixem nos comentários a sua confissão e me provem que eu não era o único adepto desta vil prática).
      Hoje em dia, ainda tento acompanhar algumas coisas deste mundo que me é tão caro (em ambos os sentidos) e acredito que sua maior contribuição à minha persona foi a de ter me inserido no mundo da leitura, ao qual poucos se aventuravam da minha época de criança, seja por falta de interesse na atividade ou por vergonha da opinião formada por seus pares de que "isso é coisa de nerd", mal sabendo da grandeza do mundo que estariam se privando. Pareço descobrir que muitos partilham destas opiniões ainda hoje, em plena época do politicamente correto aonde o título lido já é suficiente para a formação da opinião sobre o artigo completo.

Sorriso Colgate

     O meu ponto, antes de me arrastar por demais na questão errada é que existem pessoas que acreditam que gibis ou revistinhas são coisas de criança. Não digo que estejam completamente errados, mas ao mesmo tempo em que são meios de nos fazer entrar em contato com a criança que (com esperança) não deixamos para trás, também é um meio de crescer, de entrar em contato com assuntos mais sérios em histórias que rivalizam grandes obras da literatura. Desafio aqui alguém a ler um batido mas ótimo exemplo do tema e com certeza uma HQ que me fez ver um super herói de maneira incrivelmente séria: "A piada mortal", de Alan Moore que demonstra o surgimento do Coringa em uma história que acredito não ser considerada cânone mas que com certeza traz a tona um possível passado do atormentado personagem e que é uma tentativa do mesmo de explicar através da imposição de um trauma análogo ao seu, como uma pessoa pode se tornar insana. Tema sinistro e com certeza apresentado de forma apropriada, fazendo muitos olharem de forma torta ao Joker do Batman das épocas de Adam West.

Não é para crianças

     Aos que se interessarem sempre existem vários exemplos análogos, histórias com calibre adulto e muito bem trabalhadas e feitas especialmente para o público do gênero. O da imagem aqui de cima, intitulado "Visões de 2020" é um exemplo exemplar (ba dum tss) de uma HQ que tivesse lido eu em tempos menos recentes estaria imediatamente fora do meu radar. No entanto é um selo que não sei bem se ainda está em vigor mas que quando li achei digna de estar na minha memória. Como são várias histórias não tenho como falar de todas e deixo ao encargo do leitor ir atrás e julgar por si só, visto que meu papel aqui é só passar adiante uma humilde opinião e informação.
      No mundo dos heróis propriamente ditos, temos também MARVELS, à qual voltarei um dia quando for novamente tirar a poeira da estante mas que posso adiantar uma pequena sinopse: A história gira em torno dos espectadores, pessoas de vida comum que convivem diariamente com os feitos heróicos dos super-heróis do universo Marvel. O personagem principal é um fotógrafo que desde novo é incumbido de noticiar as massas da vida e obra dos heróis, mostrando o que não vemos nas clássicas HQs, o momento após a luta, os estragos, e como a sociedade reage as épicas batalhas daqueles que parecem ser Deuses caminhando entre mortais, sendo alvo ao mesmo tempo de veneração e preconceito das massas a quem um dia decidiram ter obrigação de proteger.

Nada menos do que um clássico

     Detalhe para a belíssima arte de Alex Ross que, para quem tem curiosidade, usa como base para sua arte fotorealista fotos de seus amigos em posições heróicas em alguns frames (na minha edição existe um anexo mostrando algumas). Quem quiser saber mais sobre este mestre pode ler o seu verbete da Wikipedia, cheio de sucesso e com algumas fontes mais aqui.
     Vários outros podem facilmente se encaixar nesta lista, como "Terra X" que se não me engano tem duas partes, "Sin City", "300" e "Hard Boiled" fruto da mente insana que parece ter se curado de Frank Miller (Não se fazem mais Frank Millers como antigamente), "Heavy Metal" faz tempo que não leio mas está aí pra quem quiser, "V de vingança" (leia a HQ e veja o filme, se possível) e "Watchmen" (leia a HQ e esqueça do filme, se possível) novamente Alan Moore fazendo o que faz de melhor que é dar nós em cabeças, autores como Neil Gaiman também possuem um acervo respeitável para várias idades, "Constantine" e "HellBlazer" das antigas sempre me divertiu bastante apesar de não ter lido o quanto gostaria, enfim, a lista é grande e só esses já poderiam provar um pouco deste ponto de vista aqui apresentado.
Não estamos mais no Kansas

     Deixo aqui então este pequeno relato de um leitor, desde eras acompanhado dos balões e desenhos coloridos, histórias mirabolantes e ótimas memórias dos cobres suados porém bem gastos com este pedaço de cultura que alimenta sonhos e transforma homens não deixando que se esqueçam jamais da criança que um dia já foram e quem sabe passar adiante de forma prazeirosa esta pérola filosófica que é a leitura fantástica como forma de rejuvenescimento e exercício da criatividade, quem quiser deixar aí nos comentários qual é hoje, ou foi na sua infância, a sua HQ favorita será eternamente bem-vindo.
      Por hoje já não podemos mais que estamos sem tempo, boa noite e fique agora com o Jornal Nacional,

câmbio e desligo.

domingo, 23 de agosto de 2015

As falas do Chapolin Colorado, digo, as falas do Vitória.



 “Palma, palma, não priemos cânico”
A frase do famoso herói mexicano, criado pelo mestre Roberto Bolaños, se encaixa perfeitamente ao Vitória na rodada deste fim de semana do Campeonato brasileiro da Série B, vejamos.
Ao término da rodada passada, o rubro-negro baiano já possuía dois desfalques certos, Fernando Miguel e Diogo Matheus, além de duas dúvidas, Pedro Ken e Escudero. Pois bem, digo, pois mal (salve, salve seu Françuel!) na sexta-feira, o xerife Guilherme Mattis sentiu um desconforto muscular e não viajou com o grupo para a partida contra o Sampaio Correa.
Com tantos desfalques, não seria de se estranhar caso o jogo no Maranhão fosse complicado, já que o Sampaio vem fazendo uma boa série B. Mas o que nenhum rubro-negro esperava é que o Vitória entrasse em campo com a proposta de se defender mais no primeiro tempo, poupando energia para atacar o Tubarão maranhense na etapa final da partida. Muito menos que o Sampaio fizesse um gol numa bobeira da defesa do Leão e que o time baiano passaria o segundo tempo todo pressionando o tricolor e não conseguindo marcar. Sim, foi um segundo tempo daqueles que o torcedor fala “aí pode jogar até amanhã, chutar sem goleiro e com a bola em cima da linha que não sai gol”. Resultado final da partida: Sampaio 1x0 Vitória.

“Não contavam com minha astúcia?”
Com o triunfo do time maranhense e o empate do Bahia, o tricolor do Maranhão assumiu a vaga do baiano no G-4 e o Leão se manteve, momentaneamente, na primeira posição.
Restava à torcida do Vitória torcer por um tropeço do Botafogo frente ao Paysandu, numa partida que aconteceria no desumano horário marcado pelos cartolas. Sim, jogo às 11h no Rio de Janeiro é fogo, literalmente.

“Meus movimentos são friamente calculados”
Como era de se esperar, um jogo às 11h no Rio de Janeiro, com a temperatura bem próxima do fim de tarde de Belém, algo próximo aos 45°C na sobra, só poderia favorecer ao time do Norte. Resultado, o Papão fez três gols, tomou dois e manteve o alvinegro carioca na segunda colocação da série B.
Opa! Era pra ser o Chapolin Colorado...
Agora é manter o foco, e usar com destreza a nossa marreta biônica, para que ao final da 38° rodada, o Leão possa usar a frase que considero mais famosa do herói: “Sigam-me os bons”.

Terça tem mais uma batalha, às 19h no santuário.
Vamos, vamos Negô!

Vai pra cima Leão!



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Tirando a Poeira da Estante - Parte 1



Senhores!

     Eis que volto aqui com mais um texto sem sentido, porém feito com todo o esmero de um trabalhador entediado que chegou em casa e tal qual o título resolveu tirar a poeira da estante. Como a crise anda brava, resolvi não estabelecer metas (nem cair na piada pronta) e tentar trazer um pouco do que tenho em mãos já que estou em falta ($$$) com o material mais novo.
      Se possível tentarei fazer deste texto uma pequena seção do Blog (com o aval dos companheiros de armas, que estarão sendo avisados no exato momento em que lerem este texto) e me dedicar a este material que compôs uma etapa importante de minha vida, durante a doença que é a adolescência e parte da adultez (que demora, mas sempre chega).
      Brindo aos leitores uma pequena mini-série que me marcou bastante como uma das visões mais criativas que já vi do maior de todos, o único e inegável real Super-Herói no qual todos pensam quando ouvem o termo desde os idos da saudosa era de Prata dos Quadrinhos: Kal-El, vulgo Clark Kent, vulgo Super-Homem (que nesta versão na realidade não é um alienígena) nas quatro edições de "Superman: identidade secreta".

4 edições e capa com um certo grau de spoilers

      Umas das histórias mais sóbrias que já li do personagem até a data, sendo já de uma certa idade e tem como ponto central a humanidade de um personagem, que mesmo sendo do planeta terra, ainda assim se sente como um alienígena. Começamos acompanhando o jovem Clark Kent (sem surpresas até aqui), que sendo da família Kent do Kansas recebeu o nome de Clark em um universo aonde o dono fictício do personagem esboça a mesma fama do universo real, quase uma piada (no Brasil conhecemos bem esta prática) e que por esse motivo sofre várias piadas da família, bullying na escola e tudo o que um nome "famoso" traria a uma pessoa comum. A ponto de virada da primeira edição é a descoberta de que o garoto normal realmente possui os poderes do personagem, dando início a uma reflexão de sua parte de como lidar com esta situação, falar ou não aos pais, colegas, amigos e o mundo todo para conseguir fama e fortuna, ou talvez o mais importante, um lugar ao sol sendo visto não só como uma pessoa com nome diferente ou problemas de integração social. E assim está dada aqui a explicação do título da revista, que segue a cada edição acompanhando uma etapa diferente da vida do jovem que ao crescer descobre que seu dilema está apenas começando.
     O mais incrível na minha humilde opinião fecal sobre esta história é a humanização de um personagem que tem poderes quase divinos, trazendo-o ao nível de pessoa e mostrando que mesmo tendo poderes incríveis o personagem ainda sofre para ser aceito do modo como é, dando valor a sua real identidade em detrimento a do herói que no início tanto relutou em ser.
      Ao crescer, o menino se torna um jornalista com veia de escritor (cujo talento pode ser visto desde o começo da história, em sua relação com a velha máquina de escrever), carreira que abraça definitivamente e que traz certa poesia à história.
       Na segunda edição conhecemos a nossa Lois e as últimas duas edições trazem o dilema da família que começa e os filhos que trazem dúvidas (se puxaram ao pai, ou se devem ou não conhecer o seu segredo) e por fim mas não menos importante a etapa final da vida de todos que é a velhice e o que deixamos para trás, surpreendendo (ou não) sobre qual é o legado mais importante na vida de uma pessoa e o que é realmente o valor que deixamos em vida.

Voa, passarinho, voa

      Escrita por Kurt Busiek e ilustrada por Stuart Immonen, tanto o traço como o roteiro são bons, mas sempre me prendo mais a arte, para a qual bato palmas todas as vezes em que releio a peça e que dá o tom mais "realista" a história, sem cores excessivas nem personagens com feições exageradas (mas que conseguem transmitira a  emoção sem perdas).

Rumo a um eterno por-do-sol

      Enfim, se por todo o texto deixo a sensação de parcialidade é porque realmente mesmo que não se goste da história acredito ser inegável a visão renovada que esta deixa ao personagem e o valor de reflexão sobre o crescer como um todo, sendo o tipo de história que me faz até hoje remexer na minha velha e empoeirada estante.