vi lá no Futirinhas
sexta-feira, 31 de julho de 2015
sábado, 25 de julho de 2015
E o Inter... ficou...
Certas generalizações
me incomodam. Me incomoda a visão simplista de colocar na vala do “comum” tudo
aquilo que se vê, em função de um ponto de vista mais simples e fácil, talvez
com o objetivo de ficar mais fácil “jogar para a galera”. Nesse momento de
vacas magras do futebol nacional, é extremamente fácil dizer que nada,
absolutamente nada presta em nosso futebol.
E, quero aqui, antes d
mais nada, ressaltar que muitas coisas REALMENTE não prestam. A maior parte de
nossos dirigentes são uma porcaria, nosso planejamento, em geral é de um
imediatismo impressionante, nosso calendário é uma porcaria e sinceramente,
fico na dúvida se o pior do nosso futebol são os campeonatos estaduais ou as federações
estaduais... além disso, nossa mídia teima em jogar contra nosso futebol.
Enfim, temos várias coisas ruins.
Aí, me diria o incauto
leitor, dessas entrincheiradas linhas, já puto com tanta prosopopeia: e sobrou
alguma coisa no ludopédico nacional (há!!! Olha aí! Aqui também tem cultura! Essa
eu aprendi com o seu Franciel!)?
Sim, meu caro! Após a
derrota do Inter, contra o Tigres – e que se diga bem, foi sim, uma derrota
vexatória, onde se ouviu, por todo o território nacional, ainda que digam que o
RS não fica no Brasil, as lamúrias dos torcedores Colorados e as comemorações
dos Gremistas – o que mais se falou, escreveu na Terra Brasilis é que todos os times brasileiros são ruins, que por
aqui não há futebol, que 7x1...
Falando do jogo, vamos
a lembrança: uma semana atrás, o Inter deitou e rolou em cima do mesmo Tigres,
aqui no Beira Rio. Tivesse sido mais eficiente, teria aproveitado seus 10
minutos iniciais e feito um placar muito mais consistente, abrindo 3x0, talvez.
Mas levou um gol e se assustou. No segundo tempo, com um a mais, abusou do
chuveirinho, e não aumentou a vantagem.
Já o Tigres, estudou o Inter, e foi
jogar em seus domínios preparado. Jogou com intensidade, aproveitou o cansaço,
a falta de ritmo do Inter de acabou com o Colorado ainda no primeiro tempo.
Incontestável vitória. E... que torcida mexicana. Montou uma festa de dar inveja, um verdadeiro caldeirão. Impressionante. Acho que das frases que lí por aí, a melhor foi: o Inter entrou em campo amedrontado. Acho que foi bem por aí mesmo...
Contudo, esse time do
Inter, é o mesmo que fez aqueles dois jogos absurdamente memoráveis contra o
Atlético-MG! Um time de excelente troca de passe, capacidade técnica e
habilidade, além de conjunto. Mas cuja parada da Libertadores fez um mal
absurdo... seja por planejamento do técnico, direção, lesões, ou o que for,
aquele time que estava voando, não chegou encaixado para esse jogo, no México.
Mas isso não diz que o time é ruim.
Enquanto isso, por
aqui, temos o campeonato Brasileiro, correndo solto, com o Atlético-MG,
Corinthians, Fluminense e Palmeiras brigando para assumirem um destaque.
Desses, hoje, eu diria que o Atlético é um destaque. Os demais estão acima um
pouco da mesmice, mas ainda precisam provar seu diferencial.
Mas, Inter e
Atlético-MG, para mim, são mostras de que nem tudo está perdido e que temos sim
coisas bacanas em nosso futebol. Temos que olhar os bons exemplos (sócio torcedor, estádios que funcionam, manutenção de treinadores e planos de jogo) e modificar o que está errado, mas não atirar pedras indiscriminadamente, porque isso sim é bem mais fácil...
Eliminados... Que chovam os profetas do Apocalipse!
Hoje em dia, o Davi Luiz simboliza bem a Zica da Seleção Brasileira... |
E a Seleção Brasileira
de Futebol Masculino perdeu, para o Uruguai, a semifinal do futebol no Pan.
Como bons Pachecos que somos, vários cronistas e meios que não tinham dedicado
uma linha sequer ao futebol desse torneio, resolveram dedicá-la após a
eliminação. Afinal, especialista em tragédia, todo mundo é, né?
Li por aí até que a
Seleção é um reflexo do momento do país, afinal os valores estão deteriorados,
não sabemos jogar em conjunto, comemoramos com gestos isolados... ah! Para com
isso!
Sim, desde o primeiro
jogo já era possível observar que a zaga do Brasil não era exatamente
confiável. E, isso foi muito visível no jogo contra o Panamá, onde abrimos 3x0
e conseguimos a proeza de deixar os Panamenhos empatarem o jogo. E não por
grande habilidade dos centro-americanos, mas por um sem número de erros de
nosso meio campo e miolo de zaga.
De qualquer modo, nos
classificamos em primeiro da chave, para enfrentar o Uruguai, na semifinal,
naquele jogo padrão de Brasil x Uruguai: muita tensão em campo. E o jogo
começou com essa pegada, com Lemos (Uruguai) sendo expulso aos 10 minutos do
primeiro tempo, por agressão sem bola a Bruno Paulista. Esse é o mesmo jogador
que, no Mundial Sub-20 tirou Judivan do torneio e não foi expulso. Porém,
aquilo que deveria ser um estimulo ao Brasil, funcionou ao contrário. O Uruguai
passou a jogar bem fechado, explorando rápidos contra-ataques, com o perigoso
Mascia, que jogava em cima do nervosismo da zaga brasileira. O brasil tentava o
toque de bola, mas, sem Luciano, suspenso, não conseguia articular as jogadas e
pouco fazia. Além disso, o Brasil caia na pilha e na pressão dos uruguaios.
No segundo tempo, já
aos 27 minutos, Pênalti para o Brasil, sofrido por Erick. Clayton bateu,
goleiro defendeu, e na volta, o atacante fez. 1x0 Brasil.
Àquela altura, com um
time cansado de bater contra a muralha uruguaia, escaldado pela defesa que não
era exatamente confiável, o Brasil aceita a única jogada que podia dar chances
aos adversários: a bola parada. E tome chuveirinho na área brasileira. E junto
com ela, a catimba e as confusões. Dodô já havia entrado em confusão ao tentar um
chapéu inútil (inútil porque NÃO foi em direção ao gol), e 5 minutos depois deu
uma pancada boba num adversário e foi expulso, aos 37.
Com isso, mais pressão
uruguaia, que acarretou no gol de empate aso 40. Cruzamento para área, desvio
no primeiro pau e gol no segundo pau. 1x1. Brasil desnorteado, àquela altura...
Quatro minutos depois, a virada. Com a zaga adiantada, lançamento longo do
Uruguai e batida seca de Santos para vencer o goleiro brasileiro.
(Cá entre nós... dois gols em 4 minutos... que dureza!!!!!!!!!!!!!!)
No derradeiro minuto da
partida, Erick ainda colocou uma bola rente a trave que quase empatou o jogo,
mas já era tarde...
Uruguai na Final, para enfrentar o México, enquanto o Brasil vai disputar a medalha de Bronze contra o Panamá.
E agora, a caça às
bruxas: a seleção não presta, essa geração já está perdida, o time só sabe
jogar sozinho... blá, blá, blá. Isso tudo só é aumentado ainda mais porque aconteceu
na semana em que o Inter perdeu para o Tigres.
Uruguaios comemoram o segundo gol... |
Em minha opinião,
algumas coisas são boas sim: Luciano, Erick, Euller, Bruno Paulista, Dodô, são
jogadores que mostraram, mais uma vez, que têm potencial, mas que, como jovens
que são, ainda precisam ser trabalhados. Luan e Bressan ainda precisam de mais
tempo e precisam atuar com alguém mais experiente ao seu lado, pois tem uma tendência
a serem muito afoitos...
E, o principal:
conjunto só vem com o tempo. Se, a cada derrota, está tudo errado, como crescer?
Esse time era base do time que, 4 semanas atrás, junto com os “estrangeiros”
chegou a final do mundial Sub-20. Isso não pode ser desprezado.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Um Olá (e um pouco de saudosismo)
Chego aqui pra dizer que escrevo pouco, e que provavelmente tentarei ser mais prolixo do que realmente sou. Primeiramente aqui me instalo com a intenção de escrever sobre o que leio, que na medida do possível tento fazer valer a pena devido ao tempo curto (tal qual as pernas da mentira) dedicado ao trabalho, ao trabalho, ao estudo e ao cuidar dos meus, que esses mais do que merecem.
Sendo assim, já começo a falar, ou escrever, ou enrolar sobre um dos autores que mais me deu prazer (UI!) ao longo de minha já não tão curta vida, o bem-fadado senhor e excelentíssimo (que sinceramente, faz jus ao título), de extensa obra e de magia infinita que me deu uma saudade eterna de minha infância que é o Maurício de Souza. Aqui minto pois a obra que vou comentar não é de autoria dele, mas sim de autoria intelectual, e que na verdade é escrito pelo Excelente Danilo Beyruth.
Primeiro volume
O desenho é exemplar, de um traço que cai muito bem á história e que sinceramente virou meu favorito em poucos minutos de leitura.
A história é um pouco curta, mas levando em conta a nostalgia que senti ao ler a revista, muito bem encadernada, de capa dura e com a produção merecida por aquele que é um dos meus personagens favoritos e desconfio de muitos que compartilharam as tiragens da saudosa revistinha da turma da Mônica.
É interessante o modo como Beyruth, com um traço sério e as cores de Cris Peter conseguem dar um ar adulto a um personagem até então tido como infantil (apesar da temática sutilmente já abordada pelo Maurício desde as tiras mais antigas, como trabalho em detrimento dos relacionamentos pessoais, a saudade de casa de um personagem que tem como premissa o desbravamento dos cantos mais escuros de um universo até então desconhecido). Nessa história tudo isso é levado um passo além, e a roupa redondinha e rechonchuda dá lugar a vários uniformes funcionais, que se esperaria ver em um bom filme de ficção científica.
Há duas edições, e a primeira edição trata muito da solidão do personagem em suas viagens e os perigos que dela se espera, e quando as coisas dão errado, então...
A segunda trata de uma outra missão, porém tem ligação com a primeira e com os traumas sofridos pelo personagem (sim, traumas em uma revista de um personagem da turma da Mônica).
Segundo volume
Um olhar atento vai reconhecer muitos elementos das antigas, que são a alma do personagem. A nave redonda, as roupas, a família, amigos e a ex-namorada deixadas em casa e que vão ficando para trás a cada partida, o computador que é a unica "companhia" do personagem em suas viagens, a Agência Espacial Brasileira (a BRASA), estão todos lá, com uma roupagem que faz parecer que encontramos aquele amigo antigo, que passamos a ver só depois de muito tempo, já crescido mas que a gente ainda reconhece e é capaz de conversar como se estivesse se vendo depois de uma única semana longe.
Quem se dispuser a comprar, indico de olhos fechados estes dois e qualquer outro da coleção, a GRAPHIC MSP, que está trazendo de volta aos poucos todos estes personagens, e a um preço acessível (todos custam cerca de 30 reais, com capa dura, em qualquer grande livraria).
Se possível volto a escrever sobre os outros, mas vou-me já andando que como o Astronauta também tenho a minha viagem, mesmo que seja a uma mesa de trabalho. Agradeço o convite pra escrever e espero que se torne um hábito.
Flws, e que a massa x aceleração esteja com vocês.
Pitadas da Série B
Enquanto isso, na série
B, temos um “bolo-doido”, já que, ao final da 13ª rodada, a diferença entre o
1º colocado (Botafogo-27) e o 6º colocado é de apenas 4 pontos (Paysandu-23).
Nesse meio, temos o Vitória-26, América-MG-24, Bahia-24 e Náutico-24. Desses, é
bom lembrar que apenas Bahia e Botafogo eram apontados como candidatos a título
e ao acesso, antes da bola rolar nessa série B.
O Ceará, de quem se
esperava muito mais, vem amargando a lanterna da competição, com apenas 8
pontos!
Lá em cima, o Botafogo
se mantém na liderança há algumas rodadas, mas sem ter exatamente uma liderança
confortável. Nessa última sexta, chegou a ser ultrapassado pelo Vitória, mas
recuperou a posição no Sábado, ao bater o Náutico. O Bahia é outro time que vem
alternando bons e maus momentos, e que já esteve mais acima dessa tabela. Nesse
instante, Vitória e América-MG parecem viver os momentos de ascensão, mas
sabe-se que, na série B, esses momentos podem não durar muito.
Um time que vem
correndo por fora e que começou uma recuperação com a troca de comando foi o Criciúma.
Coma chegada do sérvio Petkovic, já são 7
partidas de invencibilidade, contando aí uma vitória pela copa do Brasil contra
o Grêmio, em plena Arena. Com isso, um time que brigava para não cair, ocupa
hoje a 10ª posição, com 18 pontos.
Lá em baixo, o Paraná
conseguiu uma sobrevida ao vencer, de virada, o ABC, por 4x1, em pleno
Frasqueirão. Abriu 3 pontos para a ZR, junto com Luverdense e CRB. Enquanto
isso, na confusão mesmo, estão Boa
Esporte, Mogi-Mirim (mesmo com a vitória dessa semana, comandada pela família
Rivaldo – Pai e Filho), Atlético-GO e Ceará.
Vamos ver como a coisa
anda e quem consegue manter a regularidade para chegar a série A (desde que
seja o Vitória...)
Fique aqui com os Gols de Rivaldo e Rivaldo Junior:
Jules Bianchi
A notícia da morte de Jules Bianchi entristeceu todo o mundo do esporte a motor, mas não se pode dizer que o tomou de surpresa. Desde o inusitado acidente do Grande Prêmio do Japão de 2014, em que o carro do jovem piloto francês aquaplanou sob forte chuva e colidiu com um guindaste que saíra para a caixa de brita de Suzuka para resgatar a Sauber de Adrian Sutil, sabia-se que as lesões cerebrais sofridas por Jules eram gravíssimas e que dificilmente ele sobreviveria.
É a segunda morte em dois anos de um piloto de F-1 que colide em circunstâncias estranhas com um veículo de manutenção parado ao lado da pista. Maria de Villota, também da Marussia, atingiu um caminhão num teste de desempenho em linha reta em 2012, perdeu um olho, recuperou-se aparentemente bem, escreveu uma autobiografia, e morreu um ano depois.
Algumas notícias da morte de Bianchi ignoraram o acidente da espanhola, e enfatizaram a primeira tragédia fatal com um piloto num Grande Prêmio desde Ayrton Senna e Roland Ratzenberger em Ímola, em 1994.
Aquele fim de semana do GP de San Marino, consensualmente lembrado como o mais sombrio da história da F-1, e que teve outros acidentes terríveis, como o de Barrichello no treino livre de sexta-feira, foi um divisor de águas para os investimentos em segurança no automobilismo, sobretudo porque uma das vítimas era a sua maior estrela do momento, que passou à condição de lenda do esporte ao morrer enquanto liderava uma corrida.
Desde então a F-1 melhorou muito a infraestrutura das pistas, as áreas de escape, as equipes de atendimento, a altura da proteção do cockpit, o material dos capacetes (o que salvou a vida de Massa em 2009), o sistema HANS que protege o pescoço nas desacelerações súbitas, a amarração que impede que as rodas se soltem como no acidente fatal de Henry Surtees na F-2 em 2009, a tal ponto que Raikkonen, em sua sinceridade costumeira, cometeu a infelicidade de dizer que a F-1 deveria ficar mais perigosa para continuar sendo atrativa.
O risco está e sempre estará na essência do esporte a motor, assim como em várias outras modalidades. Schumacher, o piloto mais bem sucedido da história, é hoje uma sombra do atleta que foi, em lenta recuperação, preservado pela família da curiosidade mórbida do público, depois de um acidente de esqui nos Alpes franceses em 2013. Nos últimos anos, fatalidades em outras categorias, como a MotoGP e a Indy, não nos deixaram esquecer desse fato.
A morte de Bianchi não será um divisor de águas como a de Senna e Ratzenberger em 1994, porque desde aquele fim-de-semana a Fórmula 1 passou a encarar o perigo, ao menos para o piloto, como algo que, mesmo inevitável, deve ser minimizado a todo custo.
Tanto que Bianchi e de Villota sofreram acidentes bizarros, envolvendo veículos de transporte, elementos estranhos à pista de corrida e que só devem ser deslocados em circunstâncias excepcionais, para nos lembrar que sempre há espaço para aprimoramento nos protocolos de segurança.
A redução dos riscos no automobilismo, no entanto, tem seus efeitos colaterais: ela encoraja os pilotos a explorarem ainda mais os limites da pista e do equipamento, em busca de melhor desempenho. É o que vem ocorrendo com os novos autódromos, cujas áreas de escape são de asfalto mais aderente e não de brita; é o que acontece quando as bandeiras amarelas são agitadas e os pilotos diminuem o ritmo apenas o mínimo necessário para evitar uma punição, mas sem, de fato, protegerem-se dos riscos que podem estar à frente, o que, aliás, foi um dos muitos fatores que contribuíram para o acidente de Bianchi.
O jovem piloto francês está recebendo justas homenagens, algumas compreensivelmente exageradas, exaltando-o como um futuro campeão que o destino nos impediu de testemunhar, quase um Gilles Villeneuve, mas é possível dizer, sem exagero, que nunca um 9º lugar na F-1 foi tão importante, tão celebrado ou tão heroico quanto o de Jules Bianchi no GP de Mônaco em 2014.
Dizem que contar a Historia é contar um fato passado à luz de outro, posterior ao primeiro, e que lhe confere significado. Ao receber a bandeira quadriculada em Monte Carlo, Bianchi fez história, marcando os primeiros e até hoje únicos pontos de uma das novas equipes que a F-1 recebeu em 2010; o seu trágico acidente impediu que ele visse os efeitos da sua conquista, já que o prêmio em dinheiro pelo 9º lugar no Mundial de Construtores, resultado daquela corrida, garantiu a sobrevivência da Marussia, aos trancos e barrancos, agora rebatizada como Manor; por fim, a sua morte cobriu aquele feito de uma triste ironia que acompanhará a sua antiga equipe enquanto ela resistir à crise financeira que aflige a Europa dentro e fora das pistas de corrida.
É a segunda morte em dois anos de um piloto de F-1 que colide em circunstâncias estranhas com um veículo de manutenção parado ao lado da pista. Maria de Villota, também da Marussia, atingiu um caminhão num teste de desempenho em linha reta em 2012, perdeu um olho, recuperou-se aparentemente bem, escreveu uma autobiografia, e morreu um ano depois.
Algumas notícias da morte de Bianchi ignoraram o acidente da espanhola, e enfatizaram a primeira tragédia fatal com um piloto num Grande Prêmio desde Ayrton Senna e Roland Ratzenberger em Ímola, em 1994.
Aquele fim de semana do GP de San Marino, consensualmente lembrado como o mais sombrio da história da F-1, e que teve outros acidentes terríveis, como o de Barrichello no treino livre de sexta-feira, foi um divisor de águas para os investimentos em segurança no automobilismo, sobretudo porque uma das vítimas era a sua maior estrela do momento, que passou à condição de lenda do esporte ao morrer enquanto liderava uma corrida.
Desde então a F-1 melhorou muito a infraestrutura das pistas, as áreas de escape, as equipes de atendimento, a altura da proteção do cockpit, o material dos capacetes (o que salvou a vida de Massa em 2009), o sistema HANS que protege o pescoço nas desacelerações súbitas, a amarração que impede que as rodas se soltem como no acidente fatal de Henry Surtees na F-2 em 2009, a tal ponto que Raikkonen, em sua sinceridade costumeira, cometeu a infelicidade de dizer que a F-1 deveria ficar mais perigosa para continuar sendo atrativa.
O risco está e sempre estará na essência do esporte a motor, assim como em várias outras modalidades. Schumacher, o piloto mais bem sucedido da história, é hoje uma sombra do atleta que foi, em lenta recuperação, preservado pela família da curiosidade mórbida do público, depois de um acidente de esqui nos Alpes franceses em 2013. Nos últimos anos, fatalidades em outras categorias, como a MotoGP e a Indy, não nos deixaram esquecer desse fato.
A morte de Bianchi não será um divisor de águas como a de Senna e Ratzenberger em 1994, porque desde aquele fim-de-semana a Fórmula 1 passou a encarar o perigo, ao menos para o piloto, como algo que, mesmo inevitável, deve ser minimizado a todo custo.
Tanto que Bianchi e de Villota sofreram acidentes bizarros, envolvendo veículos de transporte, elementos estranhos à pista de corrida e que só devem ser deslocados em circunstâncias excepcionais, para nos lembrar que sempre há espaço para aprimoramento nos protocolos de segurança.
A redução dos riscos no automobilismo, no entanto, tem seus efeitos colaterais: ela encoraja os pilotos a explorarem ainda mais os limites da pista e do equipamento, em busca de melhor desempenho. É o que vem ocorrendo com os novos autódromos, cujas áreas de escape são de asfalto mais aderente e não de brita; é o que acontece quando as bandeiras amarelas são agitadas e os pilotos diminuem o ritmo apenas o mínimo necessário para evitar uma punição, mas sem, de fato, protegerem-se dos riscos que podem estar à frente, o que, aliás, foi um dos muitos fatores que contribuíram para o acidente de Bianchi.
O jovem piloto francês está recebendo justas homenagens, algumas compreensivelmente exageradas, exaltando-o como um futuro campeão que o destino nos impediu de testemunhar, quase um Gilles Villeneuve, mas é possível dizer, sem exagero, que nunca um 9º lugar na F-1 foi tão importante, tão celebrado ou tão heroico quanto o de Jules Bianchi no GP de Mônaco em 2014.
Dizem que contar a Historia é contar um fato passado à luz de outro, posterior ao primeiro, e que lhe confere significado. Ao receber a bandeira quadriculada em Monte Carlo, Bianchi fez história, marcando os primeiros e até hoje únicos pontos de uma das novas equipes que a F-1 recebeu em 2010; o seu trágico acidente impediu que ele visse os efeitos da sua conquista, já que o prêmio em dinheiro pelo 9º lugar no Mundial de Construtores, resultado daquela corrida, garantiu a sobrevivência da Marussia, aos trancos e barrancos, agora rebatizada como Manor; por fim, a sua morte cobriu aquele feito de uma triste ironia que acompanhará a sua antiga equipe enquanto ela resistir à crise financeira que aflige a Europa dentro e fora das pistas de corrida.
Pitadas da 14ª Rodada
E na 14ª rodada do
Brasileirão, apenas um time venceu fora de casa (e olha que, apesar de ser o
Vasco, jogando no Maracanã, depois de tanta briga, pode-se REALMENTE afirmar
que foi um jogo fora de casa). Tivemos 6 mandantes vitoriosos, 3 empates e um
visitante vitoriosos que foi exatamente o Vasco da Gama (Roth, Eurico e o Lado
Esquerdo do Maracanã devem estar em êxtase...).
No sábado, o Flamengo (Flamengo 1x0 Grêmio) mostrou que a
tática Elifoot vem funcionando:
lembra quando você jogava com um time cheio de jogadores ruins e contratava um
atacante de pontuação alta e seu time conseguia ir bem no campeonato? É o
Flamengo com o Paolo Guerrero. Olha
a diferença do time da semana passada e dessa semana contra Náutico e Gremio.
Continua uma draga, mas uma bola no pé do cara e ele resolve...
Já o Inter, jogando
contra o Goiás, no Beira Rio (Internacional
2x1 Goiás), mais preocupado com a Libertadores, mandou a campo o time
reserva. E, o Goiás até podia aproveitar... Podia, se não fosse a “saudade” que
o goleiro do Goiás sentiu de casa... E não é que o goleirão me entregou os dois
gols do Inter? Aí fica difíiiicil...
Já no jogo mais
esperado da rodada, o Corinthians (Corinthians
1x0 Atlético-MG) quebrou a série de 6 vitórias seguidas do galo, num jogo
excelente. Ambos os times tiveram chances e podiam ter vencido. Se o Galo teve
mais posse de bola, o Corinthians foi mais eficiente e venceu. Mais uma vez,
deve-se reconhecer o trabalho do Tite, que ainda que tenha perdido muitas peças
de sua equipe, sabe armar um time com o que tem e equiparar-se ao Galo (hoje, a
melhor equipe do Brasil, em minha
opinião). Com isso, ganha o campeonato, com os ponteiros cada vez mais
próximos.
Domingo pela manhã, 11h.
Ou os times tem MUITA vontade de jogar ou temos o que foi visto entre Atlético-PR
e Chapecoense (Atlético-PR 1x0
Chapecoense). O atlético até chutou bastante, teve posse de bola, mas com
uma falta de vontade de jogar impressionante. Aí, o mesmo pode ser dito da
Chapecoense, que queria apenas marcar, marcar, marcar... e aí, quando levou um
gol, já no segundo tempo, não sabia bem o que fazer.
Na lista de clássicos
da tarde, Palmeiras e Santos (Palmeiras
1x0 Santos), fizeram um ótimo jogo, apesar das poucas chances. O clássico
apontou um Palmeiras típico do Marcelo Oliveira: incisivo, direto e com poucos
vacilos defensivos. E, desde que anunciaram a contratação do Lucas Barrios, não
é que os atacantes resolveram fazer gols? Bom, já o Santos, ganhou do
Figueirense, mas ainda tem um longo caminho pela frente, se querem escapar do
rebaixamento. Está certo que lá em baixo o campeonato está equilibrado, mas o
time, além de luta, não tem demonstrado muita coisa além do futebol do Ricardo
Oliveira.
Após duas semanas de
brigas intermináveis entre Fluminense e Vasco em torno de quem ia ficar de que
lado no estádio... tínhamos o óbvio para um clássico: Fluminense buscando a
liderança, contra o Vasco na zona de rebaixamento. Fluminense vindo de 2
vitórias. Vasco vindo de 3 derrotas. Logicamente o resultado seria: vitória do
Vasco (?). Acho que é por isso eu gosto
tanto do Futebol. O Fluminense até dominou as ações no primeiro tempo, mas
sem se impor efetivamente. Já o Vasco, no estilo Celso Roth, com poucos
ataques, fez um gol, sofreu o empate, mas sem se desorganizar, aproveitou um
contra-ataque e matou o jogo (Fluminense
1x2 Vasco). PS.: Desde que o Fluminense começou a mandar seus jogos contra
o Vasco do lado direito do Maracanã, não ganharam nenhuma... vale a pena
insistir nisso?
Figueirense e Coritiba
(Figueirense 0x0 Coritiba) continuam
flertando com a zona do rebaixamento. Na verdade, para o Coritiba, é mais que
um flerte, já que o time está lá a bastante tempo, nesse campeonato. Nesse
jogo, o Figueirense até tentou mais, criou algumas chances, com Rafael Bastos e
Dudu, mas que Wilson defendeu bem.
O Sport, que já foi líder
desse brasileirão, voltou ao G4, ao vencer, na Ilha do retiro, o São Paulo (Sport 2x0 São Paulo). Jogando melhor, o
Sport dominou as ações, fez 1x0 contra um nervoso São Paulo que aparenta não
saber jogar fora do Morumbi. Além disso, teve Ganso, Luís Fabiano e o Técnico
Osório expulsos. Aí, ficou fácil para o Sport fazer o segundo e conquistar os
três pontos.
Já o Cruzeiro continua
sua sina de não saber bem o que vai fazer nesse campeonato brasileiro. Com um
time em reconstrução, saiu na frente do Avaí, logo no início do jogo, mas não
soube se impor. Com isso, o Avaí conseguiu o empate que manteve ambas as
equipes no meio da tabela (Cruzeiro 1x1
Avaí).
Dureza mesmo é a vida
do Joinville. Jogando contra a Ponte Preta (Joinville 1x1 Ponte Preta), fizeram 1x0, sofreram um empate num pênalti
bobo cometido por seu zagueiro, mas tiveram várias chances de gol e não
fizeram! Entre elas, duas bolas na trave... é, quando a fase é ruim... já a
ponte, que já disputou a liderança, hoje já está na 11ª posição.
Na classificação do
Campeonato, temos:
1.
Atlético-MG 29
2.
Corinthians 29
3.
Fluminense 27
4.
Sport 27
5.
Grêmio 26
6.
Palmeiras 25
7.
São Paulo 24
8.
Atlético-PR 22
9.
Chapecoense 19
10.
Internacional 19
11.
Ponte Preta 18
12.
Cruzeiro 17
13.
Avaí 17
14.
Flamengo 16
15.
Figueirense 16
16.
Goiás 13
17.
Santos 13
18.
Vasco 12
19.
Coritiba 10
20.
Joinville 9
Flws!!!
sábado, 18 de julho de 2015
A Seleção Brasileira de Futebol está disputando o Pan. E daí?
Para você, que se diz viciado em futebol, que
acompanha até XV de Jaú x Itapipoca, reforço a pergunta do título: estás
sabendo que o Brasil está disputando (tanto no masculino quanto no feminino) o
torneio de Futebol, nos Jogos Pan-Americanos? Sim, inculto! Em Toronto, Canadá
(mentirinha também é cultura!), estão rolando os Jogos Pan Americanos (17ª
Edição)!
É bem verdade que, se já não damos a devida importância
para as olímpiadas (talvez pelo fato de que nunca ganhamos...), o que dizer do Pan,
então – e estou falando do futebol, viu?
Logo dos Jogos Pan Americanos 2015 |
Aqui vale um adendo: o torneio não tem a chancela
da FIFA, nenhum campeonato parou para que esse torneio fosse disputado e...
nenhum jogador que REALMENTE fizesse diferença em seus times de origem foi
convocado. Talvez por isso, ninguém esteja prestando TANTA atenção assim no
futebol do PAN.
Dizem que é a "Seleção da CBF". Mas essa camisa é diferente... Onde vende???? |
Até um mês atrás, estávamos com nosso orgulho em
xeque, com a “reconstrução” da seleção sendo posta à prova no Chile, na Copa
América, onde, acreditávamos que todos os nossos fantasmas já haviam sido
exorcizados.
Mas, eis que, ao som das lamúrias de Galvão Bueno e
CIA (recuso-me desde já a citar os “Casagrandes” da vida que, munidos de um
microfone, vociferam asneiras e esquecem que nunca ganharam nada com a
amarelinha...) fomos mais uma vez eliminados ao perder (porque empatar com o
Paraguai é o mesmo que perder, certo?) do Paraguai... e, ao voltar para casa,
tão incertos do caminho quanto o aluno que chega em casa com um boletim cheio
de notas zero e não sabe se rasga, foge ou só mente mesmo...
E então, no meio dessa situação, uma seleção de moleques,
composta de jogadores com idades máximas de 22 anos se desloca para o Canadá,
sob o comando do Técnico Rogério Micale (?), em busca do Pentacampeonato (ou da
Quinta medalha de Ouro, como queiram os Puristas...).
Uma vantagem de estarem lá, completamente ignorados
pelo público, é a quase total falta de pressão. Digo quase porque no Brasil é
assim: se o Brasil ganhar, o torneio não valia nada. Se perdermos, o Brasil continua em crise, não superamos o
7x1, nossa base é uma bo$#@. E esses comentários são provenientes dos mesmos “especialistas”
que ignoraram o torneio até sermos eliminados.
Todas as vezes em que a Seleção Brasileira perde um jogo... acho que eu até consigo ouvir soar as trombetas do apocalipse... |
Mas, ainda assim, é uma pressão que só existirá após a eliminação. Então, até lá, é só
jogar bola. E isso, a maioria desses caras sabe fazer. Tem que saber se o
técnico (?) vai conseguir montar o time, se vão se entrosar... mas aí é outra
história.
A base dessa seleção é composta, em sua maioria,
por jogadores que atuam no Brasil (lembra da não chancela da FIFA? Pois é, como
os times lá de fora não são obrigados a liberar jogadores...). As únicas
exceções são Vinícius Ribeiro do Perugia (?) da Itália e Lucas Piazon, do Chelsea.
Jogadores mais conhecidos do público brasileiro são os zagueiros Luan (Vasco),
Bressan (Flamengo) e Luciano (Corinthians). Falando de viciados em futebol, já
conhecemos: Erik (Goiás), Euller (Vitória), Bruno Paulista (Bahia), Dodô
(Atlético-MG) e Clayton (Figueirense).
Com isso tudo, o Torneio começou no último dia 12,
com o Brasil vencendo a seleção anfitriã por 4x1, gols de Luciano, Rômulo,
Clayton e Erik. Descontou, para os canadenses, o famoso (?) Molham Babouli. E o Brasil até jogou bem! Tá certo que o adversário
não mostrou quase nada de bom, mas, se o adversário não joga, nossa obrigação é
jogar, certo? E, como não podia deixar de ser, falhamos na zaga e levamos um
gol...
Já na segunda rodada
(dia 16), ganhamos de 4x0 do Peru. Fazendo 4 gols no primeiro tempo e com um
pouco mais de consistência defensiva, o time aproveitou para “tirar o pé no
segundo tempo”. Clayton fez 1, deu duas assistências para Rômulo (Bahia) e Dodô
marcarem os seus, enquanto Luan fez o primeiro, numa cobrança de escanteio, bem
batido por Dodô.
Os "Famosos" Clayton e Luciano comemoram gol contra o Canadá |
Ao fim do segundo jogo,
com os demais resultados da chave, o Brasil, já está classificado e decide,
contra o Panamá, no dia 20, as 18:30 (de Brasília), sua posição na chave,
precisando de um empate para ser primeiro (o Panamá tem 4 pontos, o Brasil tem
6).
No outro grupo, Paraguai
e México estão empatados em primeiro, com 4 pontos, enquanto o Uruguai está em
terceiro, com 3 pontos e Trinidad e Tobago não tem nenhum.
Resumindo: cabe ao Brasil e a esses meninos fazerem como os meninos do mundial Sub-20, que ninguém sabia... e foram ganhando, ganhando. Só espero que o final seja diferente e que a mídia e os urubus de plantão só os percebam após a volta pra casa, com a taça na mão.
Bem-Vindos!
Sem pensar muito e sem enrolar demais... como já
falei na descrição, a ideia é criar um espaço estilão mesa de bar, onde discutimos futebol, sem preocupação com o mimimi que tomou conta dos programas de
TV de hoje em dia...
Além disso, como também sou um grande fã de
quadrinhos, também quero abrir esse espaço para falarmos de HQs, livros e
filmes.
E você, curtiu a ideia? Não curtiu? Quer falar
sobre outra coisa, sobre outro esporte, como F1, MMA, Vôlei, Basquete, Hóquei ou Badminton? Quer
contribuir falando sobre livros ou discutindo os candidatos ao Oscar? Chega aí.
O espaço está aberto a todos os que se interessarem.
Um grande abraço e sejam bem-vindos.
Espero que gostem.
E se não gostarem também... continuam sendo
bem-vindos! Hehehehehehe!
Foto tirada por mim na melhor melhor melhor copa de todos os tempos... mas não lembro em qual jogo... |
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