sábado, 25 de julho de 2015

E o Inter... ficou...

Certas generalizações me incomodam. Me incomoda a visão simplista de colocar na vala do “comum” tudo aquilo que se vê, em função de um ponto de vista mais simples e fácil, talvez com o objetivo de ficar mais fácil “jogar para a galera”. Nesse momento de vacas magras do futebol nacional, é extremamente fácil dizer que nada, absolutamente nada presta em nosso futebol.
E, quero aqui, antes d mais nada, ressaltar que muitas coisas REALMENTE não prestam. A maior parte de nossos dirigentes são uma porcaria, nosso planejamento, em geral é de um imediatismo impressionante, nosso calendário é uma porcaria e sinceramente, fico na dúvida se o pior do nosso futebol são os campeonatos estaduais ou as federações estaduais... além disso, nossa mídia teima em jogar contra nosso futebol. Enfim, temos várias coisas ruins.
Aí, me diria o incauto leitor, dessas entrincheiradas linhas, já puto com tanta prosopopeia: e sobrou alguma coisa no ludopédico nacional (há!!! Olha aí! Aqui também tem cultura! Essa eu aprendi com o seu Franciel!)?
Sim, meu caro! Após a derrota do Inter, contra o Tigres – e que se diga bem, foi sim, uma derrota vexatória, onde se ouviu, por todo o território nacional, ainda que digam que o RS não fica no Brasil, as lamúrias dos torcedores Colorados e as comemorações dos Gremistas – o que mais se falou, escreveu na Terra Brasilis é que todos os times brasileiros são ruins, que por aqui não há futebol, que 7x1...
Falando do jogo, vamos a lembrança: uma semana atrás, o Inter deitou e rolou em cima do mesmo Tigres, aqui no Beira Rio. Tivesse sido mais eficiente, teria aproveitado seus 10 minutos iniciais e feito um placar muito mais consistente, abrindo 3x0, talvez. Mas levou um gol e se assustou. No segundo tempo, com um a mais, abusou do chuveirinho, e não aumentou a vantagem. 
Já o Tigres, estudou o Inter, e foi jogar em seus domínios preparado. Jogou com intensidade, aproveitou o cansaço, a falta de ritmo do Inter de acabou com o Colorado ainda no primeiro tempo. Incontestável vitória. E... que torcida mexicana. Montou uma festa de dar inveja, um verdadeiro caldeirão. Impressionante. Acho que das frases que lí por aí, a melhor foi: o Inter entrou em campo amedrontado. Acho que foi bem por aí mesmo...

Contudo, esse time do Inter, é o mesmo que fez aqueles dois jogos absurdamente memoráveis contra o Atlético-MG! Um time de excelente troca de passe, capacidade técnica e habilidade, além de conjunto. Mas cuja parada da Libertadores fez um mal absurdo... seja por planejamento do técnico, direção, lesões, ou o que for, aquele time que estava voando, não chegou encaixado para esse jogo, no México. Mas isso não diz que o time é ruim.
É claro que o Inter agora tem uma missão espinhosa pela frente: juntar os cacos para seguir no brasileirão que ele tinha abandonado (talvez esse tenha sido o erro? São tantos os “se”...), mas é um dos melhores elencos do Brasil e que chegou numa semifinal de libertadores.
Enquanto isso, por aqui, temos o campeonato Brasileiro, correndo solto, com o Atlético-MG, Corinthians, Fluminense e Palmeiras brigando para assumirem um destaque. Desses, hoje, eu diria que o Atlético é um destaque. Os demais estão acima um pouco da mesmice, mas ainda precisam provar seu diferencial.
Mas, Inter e Atlético-MG, para mim, são mostras de que nem tudo está perdido e que temos sim coisas bacanas em nosso futebol. Temos que olhar os bons exemplos (sócio torcedor, estádios que funcionam, manutenção de treinadores e planos de jogo) e modificar o que está errado, mas não atirar pedras indiscriminadamente, porque isso sim é bem mais fácil...

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